O diretor Alan Ball, que trabalhou mais em séries como True Blood e A Sete Palmos, foi chamado pela Amazon Prime Video para dirigir essa sua obra original de temática LGBTQIA+, cada vez mais crescente nos streammings: Tio Frank.
O filme começa com Beth, interpretada por Sophia Lilis, da ótima série I’m not okay with this, demonstrando toda sua admiração pelo Tio Frank, Paul Bettany, em um evento de família. Ela é seu confidente, lhe dá conselhos e é a figura oposta a seu pai. É aquele tiozão do peito, mesmo.
Logo de começo percebemos uma relação de exclusão de Frank na família. Mas os anos passam, em 1973 ele está morando em Nova York para onde Beth se muda para estudar e passa a conhecer melhor o estilo de vida do tio.
Quando vai à uma festa na casa de Frank, acaba conhecendo um novo universo. Ela tem 18 anos e está completamente apta a entender a homossexualidade do tio, seu casamento com Wally, mas ainda não está pronta para certos segredos de família. A cena da revelação é digna de filmes dos anos 1970, com uma vitrola tocando e bacon no breakfast.
Quando recebem a notícia da morte do pai de Frank, começa então um road movie onde como de costume nesse gênero, todos os personagens se conhecem e se expõe mais. Wally acaba indo junto, e os três acabam se metendo em diversas situações, mas o mais importante é a naturalidade que a sobrinha recebe a orientação do tio.
Muitas memórias e mágoas vêm à tona na memória de Frank, o reencontro com a família é dolorido e ele recorre ao alcoolismo para se aliviar. Numa leitura de testamento tenebrosa, Frank acaba tendo seu desfecho, que no final é bonito, emocionante e cheio de esperança.
Tio Frank é um filme sobre se assumir, tanto nos anos 1970 quanto nos dias de hoje, já que o armário ainda é a realidade de muitos. É uma história sobre relações familiares e o quanto elas podem ser um alicerce em situações difíceis e delicadas, quando já foram danosas.
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