segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Turtles (Les Tortues, Bélgica/Canadá, 2024)

Com todo relacionamento de longo prazo vem um período de turbulência, e “Turtles” empresta um olhar autêntico às complexidades que surgem quando duas pessoas escolhem passar décadas de suas vidas juntas. O drama emocionalmente carregado do roteirista e diretor David Lambert oferece um retrato comovente de um casamento à beira do abismo, um filme de relacionamento sobre um divórcio iminente entre um casal que está pronto para seguir em frente, mas simplesmente não consegue viver um sem o outro.  

O longa explora as vidas de Henri (Olivier Gourmet) e Thom (Dave Johns), um casal gay, juntos a 35 anos, mas à beira do divórcio. Entre as lágrimas, os ataques de gritos e as tentativas de deixar o outro marido com ciúmes, a obra se desenrola.


A aposentadoria de Henri desencadeia depressão nele e ele passa os dias se movendo apaticamente em sua bela casa em Bruxelas, e não demonstra nenhum interesse real em nada, muito menos em Thom. Ele se esforça para se envolver com Henri, mas sem sucesso, e o casal acaba brigando pelas menores coisas.

O ódio consome muito mais energia do que o amor. Os dois começam a usar o Grindr para encontros, mas isso complica as coisas. Thom não desiste de tentar salvar o relacionamento, mas a completa falta de empatia de Henri significa que o quadro parece sombrio e os tribunais de divórcio acenam.


O filme  mergulha fundo em relacionamentos queer de longo prazo. A maturidade LGBTQIA+ é frequentemente marginalizada no cinema, então é revigorante ver esses protagonistas, a exemplo de Nós Duas, assumirem o centro das atenções. Johns e Gourmet são críveis como o casal problemático e Brigitte Poupart faz uma forte performance de apoio como a melhor amiga de Thom e também vendedora de barracas de mercado vintage, Jenny. 


"Turtles" oferece um retrato inflexível do amor em sua forma mais crua, porém inocente, apresentando a realidade do relacionamento de Thom e Henri. É uma união multifacetada de companheirismo, amargura e desejos não ditos que cresceram ao longo dos anos, finalmente atingindo seu ponto de ebulição. É como o amor, imperfeito, confuso, mas que sempre aquece o coração.



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