terça-feira, 7 de abril de 2020

Morte em Veneza(Mort à Venise, Itália/França, 1971)


Luchino Visconti, grande ícone do cinema italiano e realizador de obras primas como O Leopardo e Rocco e seus irmãos, foi um dos representantes do chamado neo-realismo italiano. Em Morte em Veneza ele adapta o romance homônimo de Thomas Mann publicado originalmente em 1912.

O filme trata do tema do envelhicemento onde um compositor, Aschenbach encontra em Tadzio, um garoto que representa seu seu sonho de juventude um novo respiro para a vida. Além de diálogos que debatem a importância da arte, o longa mostra uma relação de voyeurismo e até mesmo pedofilia. Tadzio  não tem contato com o maestro a não ser por olhares.

A trágica história de amor impossível é ambientada na Veneza burguesa do século XX, e trata de uma maneira humana como é envelhecer sem perder a vivacidade. A obra não é unanimidade entre os críticos, justamente por fazer muitas mudanças do livro e ter um ritmo arrastado, mas que faz parte da trajetória dos fatos.


A cena em que Aschenbach, aparece pintando os cabelos é emblemática. Ela representa o quanto ele quer retardar seu envelhecimento a manter-se ainda jovem. Planos e enquadramentos, principalmente do jovem Tadzio, também refletem a velhice X juventude.

Poético do início ao fim, o filme é acima de tudo belo por sua direção de fotografia e atuações delicadas. A morte que vêm aos poucos para um personagem é vida para o outro. No início dos anos 1970, falar de homossexualidade ainda era tabu mas isso nunca impediu que Morte em Veneza fosse um clássico.

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