segunda-feira, 29 de junho de 2020

Carol(EUA, 2015)


Os filmes de Todd Haynes costumam nos transportar para outro tempo. Assim como Longe do Paraíso, ele volta para o universo das mulheres abastadas, dos anos 1950, para desenvolver um melodrama, com um romântico cenário natalino.


O filme acompanha Carol Aird (Cate Blanchett), cujo casamento está em processo de implosão quando ela conhece a charmosa vendedora Therese (Rooney Mara) em uma loja de departamentos. Ambas sentem uma conexão que se constrói lentamente quando se encontram para almoçar e, em seguida, Carol convida Therese para passar o dia com ela em sua casa de campo.


À medida que elas lentamente avançam em direção ao amor e a uma realização que ambas estavam procurando,o marido de Carol, Harge (Kyle Chandler), começa a perceber o que está acontecendo. Ele sabe que Carol já teve pelo menos um namoro anterior com uma mulher e por isso não fica muito chocado, mas ele começa a questionar a aptidão de Carol para ser mãe e pede à Justiça a guarda total de seu filho, com sua esposa nem mesmo permitida visitas.


O longa é baseado no romance "The Piece of Salt", de Patricia Highsmith, sobre um caso de amor lésbico, no qual a autora também processa suas próprias experiências. Acima de tudo, a profissão da personagem Therese, de cuja perspectiva o filme é contado, foi alterada. Em vez de cenógrafo, ela é uma fotógrafa, como a própria Highsmith na época.

Todd Haynes lida com tudo com destreza e, como já mostrou antes, com uma verdadeira empatia e interesse pelas mulheres e retratando-as em seus próprios termos, e não apenas como elas são vistas pelos homens. Ele também ajuda a garantir que esta seja uma representação lindamente intrincada da década de 1950.

Exemplar de um cinema de enorme sofisticação, tanto estética quanto narrativamente, Carol não só nos deixa seduzidos, mas também envolvidos e comovidos: precisamente em virtude da tensão entre as suas partes, de seu controle constante.




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