terça-feira, 16 de junho de 2020

XXY(Argentina, 2007)


Dirigido e escrito pela argentina Lucía Puenzo o drama XXY aborda a questão da intersexualidade o que ainda hoje é conhecido como hermafroditismo. O tema tão delicado e poucas vezes abordados no cinema já é revelado no título que trata dos cromossomos masculino e feminino.

Conhecemos Alex, uma adolescente de 15 anos cuja sexualidade é um mistério e seus pais, o zeloso progenitor é interpretado pelo excelente Ricardo Darín. Após a chegada de uma família em sua casa no balneário de Maldonado, no Uruguai, a trama começa a se desenvolver.

Apesar da relação bem resolvida dos pais com Alex, a chegada daquela família irá mudar todas as direções. O filho, um adolescente tímido se interessa por Alex e o pai, um cirurgião coloca em debate a ideia de uma operação.

Vencedor do Prêmio da Semana da Crítica em Cannes, o longa têm planos delicados e cheios de simbologia. Prevalece o que Vitor Ramil chamaria de a estética do frio, com uma fotografia com tons azulados e belas paisagens do Uruguai. É neste ambiente que se desenvolve uma história sobre descoberta e livre arbítrio.

A cena da primeira transa de Alex é reveladora e escancara com o clima de mistério mantido até então sobre o gênero da protagonista. O filme abre possibilidades para um debate sobre feminino, masculino, transgênero e não binário.

XXY é sem dúvida um filme corajoso, uma obra delicada e cercada por melancolia. Assisti-lo é uma oportunidade para refletir sobre identidade, gênero e quem realmente somos.

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