No filme, Sebastián Silva está na Cidade do México para pintar quadros e escrever um diário filosófico. Então, ele pode achar sua vida agradável, mas não o faz. Ele se embriaga com entorpecentes, e suas anotações giram em torno do desejo de acabar com sua vida.
Ao cheirar constantemente quetamina, Sebastián se refugia no sono no estúdio onde pinta e dorme. A empregada doméstica e faxineira Verônica (Catalina Saavedra) observa com preocupação o uso de drogas de Sebastián.
Em uma viagem a uma praia de nudismo gay, ele conhece a estrela das redes sociais Jordan Firstman. Ele quer desesperadamente desenvolver um programa de TV com a ajuda de Sebastián, que o despreza, e também seu meio de sobrevivência, as redes sociais.
A comédia atrevida e de humor ácido caminha rapidamente para um thriller policial. Silva e Firstman se satirizam na forma de seus alter egos cinematográficos na própria trama ficcional.
Além disso, o filme desmonta com prazer a convenção ainda não superada no mercado cinematográfico, do nu masculino frontal. Há pênis em todas as formas. Há cenas de sexo que podem chocar os mais desavisados.
Rotting in the Sun deixa dois mundos opostos colidirem na história. Os mais ou menos criativos, que incluem Sebastián, Jordan Firstman e seu grupo misantropista, estão preocupados consigo mesmos, com seus celulares e com seus estilos de vida hedonistas. Eles desprezam os trabalhadores mexicanos.
Outro tema satírico são as redes sociais. Firstman é uma bola de energia, caótica, cheia de vida e diversão, e contrasta nitidamente com o Silva um pouco amargo e suicida. Os dois, no entanto, têm uma ótima físico-química.
Em vez de transformar o filme em um thriller hitchcockiano, o cineasta toma uma direção completamente diferente, menos convencional, tornando Rotting in the Sun um estudo de personagem provocativo com um toque de comédia sombria e ambiguidade moral.
Catalina Saavedra, que já havia trabalhado com o diretor em ‘La Nana’, se destaca entre o bom elenco por ter o papel mais complexo e bem escrito. Felizmente, o roteiro não apenas lhe dá espaço para dar vida à sua personagem, mas ela dá uma performance matizada que humaniza a obra.
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