Luigi Lo Cascio assume o papel do homem perseguido, e sua atuação é ousada: não apenas deixa claro que Braibanti não era uma figura especialmente heroica, como também faz o mirmecologista parecer particularmente desagradável.
Ele é mal-humorado, valentão, inconstante, um homem meticuloso cujo trabalho teatral é pretensioso e cujo amor pelas formigas combina com seu intelectualismo pedante, porém abstrato. Cabe a seu amante muito mais jovem, Ettore, interpretado pelo estreante Leonardo Maltese, trazer o melhor dele.
Mas o filme de Gianni Amelio funciona muito bem nas cenas do tribunal, onde cada pronunciamento deve ser pesado e considerado; na verdade, essas cenas são onde o filme se destaca,, segurando planos gerais do rosto de Lo Cascio enquanto ele desafia os juízes.
É tudo tão casto, exceto por uma breve cena em uma festa, a homossexualidade é retratada como insuportavelmente sombria. Um encontro amoroso em um parque termina em um fracasso choroso e enlameado e até mesmo o amor entre Aldo e Ettore é representado por poesia copiosa, em vez de união.
Gianni Amelio nos dá o retrato de uma época crucial para a Itália, que, através da história de dois indivíduos solteiros, infelizmente também se torna atual. Amor e solidão. Política e sociedade. Família e religião. The Lord of the Ants é uma obra penosa, a história de um grande amor, mas também de cruéis injustiças. A imagem de um país que ainda tem um longo caminho a percorrer.
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