Quem não é do Rio de Janeiro talvez nunca tenha ouvido falar de Lorna Washington, mas na capital fluminense a transformista é um ícone da noite LGBTQ além de importante ativista e militante pelos direitos dos homossexuais.
Lorna Washington: Sobrevivendo a supostas perdas, de Rian Córdova e Leonardo Menezes, mostra a trajetória da drag queen desde o princípio de sua carreira e reforça sua importância na cena gay. Com depoimentos dela própria e de nomes como Rogéria, Isabelita dos Patins e Luis Lobianco a personalidade de Lorna e do homem por trás da maquiagem e dos adereços vai sendo revelada.
Com um acervo de imagens muito rico o filme mistura essa estética VHS com imagens recentes da artista se maquiando em um camarim, por exemplo, e contando fatos marcantes de sua vida. Momentos importantes de Lorna Washington são mostrados, como suas viagens a Nova York ou a parceria com Luana Muniz que posteriormente também seria homenageada em outra obra dos diretores.
Quando as luzes se apagam a realidade de Lorna vêm a tona de uma maneira muito honesta. Ela mora no subúrbio e enfrenta um sério problema de saúde enquanto tenta manter sua agenda de shows. O longa mostra um Rio de Janeiro efervescente e uma artista que faz parte da história de suas noites, embora no momento esteja vivendo um forçado resguardo.
Temas importantes como HIV e ativismo LGBTQ, os quais Lorna sempre defendeu, são abordados no filme com sagacidade pela produção e fazendo parte da narrativa. Causas tão nobres e uma longa carreira interpretando sucessos clássicos que fogem do clichê são apenas alguns dos motivos porque o filme é uma merecidíssima homenagem à transformista.
Uma personalidade extravagante que se desnuda da personagem quando está no aconchego de seu lar, o glamour decadente de saunas de sexo gay, os saudosos anos 80 e 90, as noites nas baladas, esses são alguns elementos que agregam valor ao filme cujo final nos traz uma poderosa mensagem de esperança.
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