segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

MATHEUS MARCHETTI APRESENTA 'O LABIRINTO DOS GAROTOS PERDIDOS'

 


‘Um jovem do interior se perde na cidade grande, passando por uma série de encontros bizarros noite adentro, enquanto um assassino está a solta matando garotos da sua idade.’ Com essa sinopse Matheus Marchetti, de Verão Fantasma(2022), prepara seu novo longa, O Labirinto dos Garotos Perdidos.

Independente, o filme está sendo rodado aos finais de semana ‘É um processo meio maluco, mas funciona para a gente, e traz um elemento de diversão e que - pra mim - é essencial em qualquer set ", afirma o diretor.

Embora à primeira vista pareça um terror queer, o filme também promete ser muitas outras coisas. Marchetti usou Depois de Horas, de Martin Scorsese, como principal influência para o roteiro. Totalmente urbano, o filme, que promete ser seu trabalho mais sexy até então, é ambientado no presente, e definido pelo próprio diretor como um thriller erótico.

A experiência no Teatro, com Bosque dos Sonâmbulos, derivado do curta de mesmo nome, e que Marchetti ainda quer fazer uma versão estendida, foi fundamental indireta ou indiretamente, já que o realizador traz o mesmo elenco dos palcos, além da arte da improvisação ‘Amo estar atento a essas mudanças, seja do clima ou do espaço, ou até mesmo de novas intuições do elenco’.

Verão Fantasma, uma ópera de terror, continha muitos momentos de homoerotismo, aliados ao humor e ao terror, o que em O Labirinto dos Garotos Perdidos, deve ainda se acentuar, ‘...aqui o horror (e o humor) é inspirado em experiências reais e relatos reais. É essencialmente sobre o quão surreal pode ser um encontro no Grindr, ao ponto que às vezes beira o fantástico.’

O Labirinto dos Garotos Perdidos

Muito influenciado por obras do gênero musical e cineastas como Ken Russell , Dario Argento, Vincent Minelli e Jess Franco, o artista não descarta que haja alguma sequência de canto ‘No fim, mesmo quando não estou fazendo um filme explicitamente musical, como o Núpcias de Drácula ou o Solar dos Prazeres Noturnos, a música - mesmo que instrumental - é sempre presente e muitas vezes guia a ação como num balé.’


‘O fantástico, e principalmente o horror, foi onde encontrei meu principal local de expressão - mas através da música, encontrei minha voz. E me interessa também a forma como muitos (mas não todos, claro) fãs de horror temem o cinema musical’, por isso é bem possível que haja surpresas nesse sentido.


Sobre as rodagens, o cineasta também revelou: ‘É quase um jogo em família. Da minha experiência, esse tipo de set tem uma energia criativa muito mais intensa e palpável, mais democrática também. E claro, isso tudo depende de projeto em projeto. O nosso é uma série de cenas com poucos atores, em ambientes controlados, e um time muito experiente - então esse esquema funciona pro escopo do nosso trabalho’.


Com as filmagens previstas para encerrar no início de abril e a pós-produção até o fim do ano, o filme deve ganhar luz somente, em 2025, no que para Marchetti é a parte mais difícil do cinema independente, o lançamento ‘No fim do dia, tenho muito é sorte de ter juntado um coletivo das pessoas mais incríveis que topam entrar nessas loucuras e fazer esses projetos comigo - e ver que algumas pessoas se sentem tão tocadas e envolvidas com essas histórias, faz o esforço valer a pena... mas ainda existe um longo caminho para melhorar.’


Porém antes que novos momentos lúdicos(o cinema do realizador vem dos sonhos) e sensoriais,(como A Lenda, de Sandy & Júnior, no karaokê, em Verão Fantasma), possam ser apreciados, Matheus Marchetti ainda lançará o curta ‘O Solar dos Prazeres Noturnos’, previsto para esse semestre, o que segundo ele é um ótimo aquecimento para o que está por vir.



O Solar dos Prazeres Ocultos
O Solar dos Prazeres Noturnos

Nenhum comentário:

Postar um comentário