O diretor Rafael Martínez García consegue construir uma ficção baseada em fatos reais. Com pouquíssimos elementos, conta uma história extremamente emotiva, minimalista mas também muito eficaz.
Luis (Armando Espitia) é um jovem de 20 anos que deve permanecer trancado em um apartamento por três meses até o dia 2 de julho porque mantém um relacionamento com Andrés(Luis Arrieta), um homem comprometido e candidato a governador por um partido conservador.
O personagem de Luis resume de várias maneiras como os relacionamentos podem ser tóxicos. Andrés engloba a submissão emocional, aquela que exerce o poder, mas não com força bruta, mas com coação emocional e que é ainda mais violenta que um golpe de punho fechado.
90 días para el 2 de julio não é um filme fisicamente violento, mas é emocionalmente abusivo. Mostra uma face do relacionamento que só se percebe depois, a da codependência. O longa explora as dificuldades das relações humanas e da homossexualidade envoltas em um drama de amor, política e vida dupla.
90 días para el 2 de julio foi filmado com poucos recursos, esta circunstância particular levou seu diretor Rafael Martínez-García a sustentar a narrativa, em termos dramáticos, dentro de um único espaço: a casa de Luis. Decisão que transformou o apartamento em mais um personagem e o reflexo das emoções do próprio Luis.
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