Uma espécie de filme dentro do filme, que poderia ter se perdido em seu estilo excessivamente experimental; o longa é no entanto, uma experiência perfeitamente divertida e libertadora. Um produto pop com uma luz deliciosa, uma trilha sonora kitsch retrô, e liberto dos códigos da narrativa convencional.
Numa discreta homenagem ao cinema erótico dos anos 70 e 80, logo uma história de amor se mistura a uma investigação policial. A realidade se mistura com a ficção, e estabelece uma distância elegante para filosofar sobre a sexualidade, a vida e a morte. Nada mais tem sentido ou direção, exceto a própria experiência do filme.
Uma diversa equipe em De noche los gatos son pardos se reuniu para fazer um filme erótico de época. Os atores mudam fluentemente de idiomas e parceiros de filmagem, vestem papéis e roupas distintas e também se revezam na direção de seu filme.
Eles estão rodando um filme histórico não especificado, dominado por cenas de intimidade mergulhadas em uma forte dose de erotismo. A majestosa e misteriosa floresta envolve-os, acolhe-os e acaricia-os como se fossem criaturas frágeis e ambíguas que requerem proteção.
Apesar deste abraço reconfortante, sente-se um perigo iminente, algo ou alguém escondido nas sombras, pronto para lançar um ataque. O diretor do filme, Valentin (interpretado pelo próprio Merz), desaparece repentinamente sem deixar vestígios. Enquanto a polícia investiga seu desaparecimento, a filmagem continua, mas dá uma guinada ambígua. Robin, cinegrafista e amante do diretor, decide cumprir a promessa que fez ao homem de sua vida e viaja para Istmo de Tehuantepec, no México.
O diretor do filme dentro do filme– alter ego e protagonizado por Merz – atua como o fio condutor de um longa que investiga os limites da imaginação e explora os fantasmas que habitam a mente de cada artista.
Valentin Merz nos instiga a pensar sobre a própria ideia de cinema, o poder das imagens como vetores de transformação e janelas para o mundo. A sua representação das sexualidades mostra como o sexo é um espelho que deve ser entendido e representado em toda a sua resplandecente diversidade.
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