As histórias são sensuais, comoventes, muitas vezes engraçadas e às vezes tristes. Este é um filme sobre a beleza da linguagem e da narrativa, combinando os idiomas árabe e a inglês e misturando conceitos de arte.
A obra é uma experiência cinematográfica como poucas, chegando a se assemelhar com os mais experimentais de Derek Jarman. Descrito como um drama romântico queer e um contemporâneo quase musical, o filme de Hassan tem um universo muito próprio.
Inspirado nos diários do cineasta egípcio, as histórias são contadas por meio de monólogos, entrevistas e impressionantes interlúdios artísticos. Esses contos de amor e saudade são transformadas em lindas lendas folclóricas, entrelaçadas com os sons da música pop egípcia.
Apesar da falta de uma narrativa linear, a naturalidade com que Mohammad Shawky Hassan reúne a masculinidade árabe e a identidade queer neste quadro não é vista com frequência no cinema, explorando por meio do conceito situações poliamorosas, tecnológicas e filosóficas.
O espaço indefinível do filme é o Club Scheherazade. Ele é utilizado para a performance da interseção com raça e identidade queer, preservando seu desejo e encontrando um lugar para trazê-lo à tona dentro de um mundo que obriga tais sentimentos a permanecerem ocultos.
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O mais próximo de um personagem central não vem de uma pessoa, mas das palavras onipotentes ditas acima de seu reino de existência: além das citações de Shakespeare que acompanham o título e o início de cada capítulo, estão várias canções e a poesia do poeta libanês-australiano Wadih Sa'adeh.
Embora o amor possa ser intenso e espaços seguros como o Club Scheherazade possam ser um local através do qual a verdadeira identidade ganha vida, a mensagem é que neste território, é apenas uma fuga de um mundo do qual estes homens árabes sentem que devem escapar.
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