O filme se passa em 2008, os meios técnicos que ocupam os jovens já existiam sem vampirizá-los. Bruno(Sebastián Rojano), junto com seu melhor amigo Ian(Ari López), que já se identificou como gay, filma os pequenos incêndios que aos poucos vão se tornando maiores. Ele posta seus vídeos no YouTube e faz sucesso, onde conhece Daniela(Natália Quiróz).
Sua mãe Inés (Ximena Ayala) não faz nenhum esforço para entender esse hábito; em vez de enviar o incendiário para um psicanalista, ela fala sobre como quanto mais se afasta de Deus, mais perto se aproxima das mãos do diabo. E quando ela traz outro homem para dentro de casa, Gerardo (Héctor Illanes), isso só empurra seu filho a aprofundar seu hábito; interrompendo o aniversário de Gerardo ateando fogo em uma decoração.
Bruno foge para encontrar Dani. Mal sabe ele que o mundo dela o mudará para sempre. Isso ajuda a impulsionar o lento despertar que Bruno faz de um mundo de ingenuidade para sua própria sexualidade e seu esquecimento para a vida ao seu redor.
Há, desde o início, uma química distinta entre Bruno e Ian. Quando eles estão apenas sentados conversando, algo sobre sua linguagem corporal os faz parecer um casal em vez de apenas amigos. Ian é abertamente gay, planejando se mudar para a Califórnia, onde imagina que achará mais fácil ser aceito do que no ambiente machista da Cidade do México. Bruno não desaprova isso, mas a vida lhe deu desafios suficientes, e é claro que ele quer muito ser hétero.
Este conto se desenrola de forma enganosamente orgânica. Há muito pouca expressão direta de homofobia. De fato, em muitos aspectos, a incerteza de Bruno sobre sua sexualidade fica em segundo plano em relação à outra grande questão de sua vida: lidar com a perda de seu pai e aprender a seguir em frente.
Enquanto isso, outros personagens estão passando por dificuldades próprias, e seu eventual reconhecimento disso é essencial para que ele aprenda a mudar a forma como vive.
Rico entende muito bem a mentalidade do seu protagonista. A performance perfeitamente matizada e natural de Rojano transmite um personagem que ainda não está disciplinado, mas, talvez, queira ser, ou pelo menos esteja tentando encontrar um caminho para uma existência mais calma e estruturada. Mas isso requer autoaceitação e vontade de construir pontes em vez de apenas queimá-las.
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