domingo, 20 de junho de 2021

TOP 10 DEREK JARMAN

Derek Jarman foi um diretor de cinema, cenógrafo, artista plástico, jardineiro e autor britânico .Na década de 1970, Jarman falou abertamente sobre homossexualidade, sua luta pública pelos direitos LGBTQIA+ e, a partir de 1986, quando foi diagnosticado, sua luta pessoal contra a AIDS. Seus primeiros filmes foram curtas experimentais em Super 8, uma técnica que ele nunca abandonou totalmente, e desenvolveu em seus filmes como em The Angelic Conversation (1985), onde Judi Dench recita sonetos de Shakespeare, e O Crepúsculo do Caos(1987). O artista se tornou conhecido após criar os cenários de Os Demônios(1971) de Ken Russell. Em 1976, rodou seu primeiro longa-metragem, o homoerótico Sebastiane, totalmente falado em latim a obra recriava o martírio de São Sebastião. Mas foi Caravaggio(1986), seu filme mais famoso até hoje, que marcou o início de uma nova fase em sua carreira e o começo da parceria constante com a então novata, Tilda Swinton. O cineasta também dirigiu videoclipes para The Smiths e Pet Shop Boys, mas foi fazendo um cinema político, de luta e resistência que Derek Jarman soube transformar sua dor em arte e deixou um legado histórico que merece ser conhecido pelas novas gerações. Seu último filme Blue, de 1993, utiliza de uma linguagem conceitual para narrar como ele estava lidando com a doença que àquela altura o estava deixando cego. Derek Jarman faleceu, no ano seguinte, aos 52 anos.

10 - War Requiem(Reino Unido, 1989)



O filme retrata os horrores da primeira guerra mundial, com narrações de Laurence Olivier, em seu ato final no cinema e músicas de Benjamin Britten ao fundo. Com um teor crítico, compara as mortes na I Guerra Mundial com o sacrifício de Jesus Cristo. Composto por seis atos e sem diálogos, o filme gira em torno de um soldado inglês e sua esposa para contar o assassinato do tenente e humanista Wilfred Owen(Nathaniel Parker), no final da guerra. O filme contém cenas fortes e imagens de arquivo.


09 - Ária(Reino Unido, 1987)



O filme é uma produção de dez curtas-metragens feita por dez diretores, que inclui Jean-Luc Godard, Nicolas Roeg, Julien Temple, Robert Altman, Bruce Beresford, Ken Russell e Nicolas Roeg, nos quais, cada um coloca sua ária operística favorita como trilha sonora para criar sua composição visual. Derek Jarman dirige o segmento
Depuis le Jour, da ópera Louise(1900), de Gustave Charpentier, em um lindo número lisérgico estrelado por Tilda Swinton e Spencer Leigh.


08 - O Crepúsculo do Caos(The Last of England, Reino Unido, 1987)



O filme é resultado da visão apocalíptica do diretor sobre o seu país, e de sua crítica dura ao governo de Margareth Thatcher. O cenário é desolador e distópico, com ruínas, muros, arame farpado, uma constante na obra do diretora e vermelho de sangue e do fogo, fogo das armas, da bomba e do céu. Intercalando imagens em super 8 com uma edição frenética o diretor mostra homens encapuzados e gangs à deriva. As imagens representam uma oposição a dissolução dos valores da liberdade e da tolerância da sociedade britânica, ainda sob o fantasma do nazismo.


07 - A Tempestade(The Tempest, Reino Unido, 1979)



Baseado na famosa obra de Shakespeare, o filme acompanha Próspero, que há 12 anos, é o Duque de Milão e um mago conhecido por seus grandes poderes, foi exilado numa ilha após uma traição de seu próprio irmão Antonio e de Alonso, Rei de Nápoles. No exílio, fez amizade com Caliban, filho de uma bruxa local, e Ariel, um espírito assexuado que pode se transformar em diferentes elementos da natureza. Ao saber que Antonio e Alonso se aproximam da ilha num navio, ele pede ajuda a Ariel para provocar uma enorme tempestade. Mesmo com o naufrágio, os dois traidores conseguem chegar à ilha, sem saber que um grande plano de vingança está esperando por eles.


06 - Sebastiane(Reino Unido, 1976)



Totalmente falado em latim, o longa de estreia de Derek Jarman recria o martírio de São Sebastião. 300 DC: O romano Sebastiane, soldado do Império, é exilado para um remoto povoado dedicado exclusivamente aos homens. Enfraquecidos por seus desejos, eles acabam realizando atividades homossexuais para satisfazer as suas necessidades. Lá, Sebastiane se torna alvo da cobiça de seu superior, Diocleciano, e será fortemente pressionado.


05 - O Jardim(The Garden, Reino Unido, 1990)



O filme segue um amoroso casal gay aparentemente inocente, cuja existência, totalmente idealista, é interrompida quando eles são presos, severamente humilhados, torturados e mortos. Além da história, se apresentam imagens não-lineares da iconografia religiosa - a Madonna, Jesus e Judas. Toda a composição visual tem como objetivo provocar reflexões sobre a secular perseguição aos homossexuais durante o ápice da epidemia da AIDS.


04 - Magnicídio(Jubilee, 1978)



No longa que é considerado o primeiro filme punk da história, a Rainha Elizabeth I viaja no tempo para ver o futuro, e vai para o Reino Unido dos anos 1970. Lá ela se assusta: neste mundo pós-apocalíptico, a Rainha Elizabeth II está morta, o palácio de Buckingham é um estúdio de gravação e os policiais transam entre si quando não estão agredindo os jovens, além de tudo ser caótico e muito sujo. Acompanhando a decadência social daquele povo, ela segue as atividades de uma guangue de garotas com uma existência vazia e problemática.


03 - Caravaggio(Reino Unido, 1986)



Contado de forma segmentada, o filme começa com Caravaggio (Nigel Terry) exilado apenas com seu companheiro de longa data e surdo-mudo Jerusalém (Spencer Leigh). Enquanto adoecia e estava aos cuidados de padres, o jovem Caravaggio atraiu a atenção do cardeal Del Monte (Michael Gough), que nutre o desenvolvimento artístico e intelectual de Caravaggio, mas parece molestá-lo. Já adulto, o pintor ainda vive sob o teto e pinta com o financiamento do religioso. Caravaggio é mostrado empregando moradores de rua, bêbados e prostitutas como modelos para suas pinturas intensas, geralmente religiosas. Um dia, Ranuccio (Sean Bean), um lutador de rua, chama a atenção do artista como sujeito e amante em potencial. Ranuccio apresenta Caravaggio à namorada Lena (Tilda Swinton), que também se torna objeto de atração e modelo para o artista barroco.


02 - Wittgenstein(Reino Unido, 1993)



O longa é um retrato particular da vida do filósofo Ludwig Wittgenstein(Karl Johnson), considerado um gênio pela filosofia da linguagem contemporânea. Estudou Filosofia em Cambridge, onde conheceu o filósofo Bertrand Russell, que o proclamou o mais talentoso pensador de sua geração. Já como professor na universidade, depois de lutar como voluntário na Segunda Guerra, se envolveu amorosamente com o jovem Johnny, amante de seu amigo, o professor John Maynard Keynes. No filme, rodado todo em um estúdio preto, uma série de desenhos e elementos cênicos narram o desenrolar de sua vida desde a infância, dando ênfase na exposição de suas ideias.


01 - Eduardo II(Edward II, Reino Unido, 1991)



Baseado na peça, escrita por Christopher Marlowe, em 1593, Derek Jarman criou sua visão única e anacrônica para um clássico. Uma vez instalado como rei, após a morte de seu pai, Eduardo II(Steve Waddington)convoca seu amigo e amante, Piers Gaveston(Andrew Tiernan), de volta para a Inglaterra do exílio no exterior, e o rega com presentes, títulos e amor permanente. Seu relacionamento é ardente e apaixonado, mas é o foco de fofocas e escárnio em todo o reino. A fashionista Rainha Isabella(Tilda Swinton) se une a Mortimer(Nigel Terry) para derrubá-lo do trono. Eduardo é forçado a cumprir seus desejos e manda Gaveston embora. A separação dos amantes é acompanhada pela interpretação de Annie Lennox de "Ev'ry Time We Say Goodbye", de Cole Porter. Enquanto isso, do lado de fora do castelo, o povo clama por direitos aos homossexuais.

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