Como fundo, usa a história do serial killer vitimando idosos, já que uma série de assassinatos e roubos em apartamentos são mostrados sem enfatizar a violência nesses ataques. Os idosos são solitários e desprotegidos, e também são vistos como estranhos indefesos na sociedade francesa.
O filme acompanha uma bela jovem aspirante a atriz que fala muito pouco francês, Daiga (Yekaterina Golubeva), acaba de chegar em seu carro soviético da Lituânia, onde espera se estabelecer com sua tia idosa e encontrar trabalho no teatro. Foi-lhe prometido um emprego se dormisse com um diretor de sucesso (Patrick Grandperret) do seu país natal, que vive atualmente em Paris, mas desde então voltou atrás na promessa.
O segundo enredo examina a vida de uma extensa família caribenha. Théo (Alex Descas) é um violinista, que faz pequenos trabalhos de carpintaria para os parisienses burgueses para sustentar seu filho e sua esposa. Théo está irritado por estar em um país onde se sente desconfortável porque não se encaixa. Ele deseja voltar para casa na Martinica, mas sua esposa parisiense Mona (Béatrice Dalle) não consegue decidir se quer ir e deixar qualquer segurança.
Théo parece se importar apenas com seu filho e não percebe mais nada que está acontecendo ao seu redor, incluindo o comportamento estranho de seu irmão Camille (Richard Courcet), que é um convidado frequente.
Todos os personagens principais vivem no multiétnico 18º distrito de Paris, onde os assassinatos da avó estão ocorrendo. Suas vidas se cruzam, mesmo que eles nunca se encontrem.
Todas essas almas sem direitos percebem que a vida pode ser uma merda e estão apenas tentando sobreviver e roubar um pouco de felicidade enquanto podem, mas cada uma faz isso de uma maneira diferente.
A beleza do filme está em observar a condição humana sem ser perturbada pela interferência de qualquer resposta formulada pela diretora. É um filme fascinante, bem feito, perturbador e subversivo, que reflete as políticas socioeconômicas da Europa, dos anos 1990, e os problemas de imigração inerentes.
O tratamento que o filme dá ao colonialismo obedece uma estrutura específica, deslocando as representações convencionais para um terreno mais pessoal, no qual os elementos formais também servem para diferenciar ainda mais a fronteira da sociedade padronizada.
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