quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Estrada para Lugar Nenhum(Nowhere, EUA, 1997)

A terceira parte da trilogia Teen Apocalypse, de Gregg Araki, após Totally F***ed Up(1993) e The Doom Generation(1994), é tão ou mais louca quanto os filmes anteriores. Com o longa,  Araki dá a sensação de capturar o espírito da época. 

O longa acompanha um dia na vida de um grupo de jovens, mostrado principalmente através dos olhos de Dark (James Duval). Ele está tendo problemas com sua namorada bissexual (Rachel True), que parece mais interessada no hedonismo do que nele. Dark também tem um novo amigo, Montgomery (Nathan Bexton), que parece querer mais do que apenas amizade.


Outras tramas envolvem adolescentes com tesão (na verdade, todo mundo está com tesão nesse filme), uma jovem que é estuprada por um ídolo adolescente (Jaason Simmons), um rapaz tentando levar a namorada para uma festa, um grupo de amigos tendo uma bad trip de ácido, e até mesmo alienígenas que podem querer dominar a Terra.


Para esse filme, Araki escalou uma série de jovens atores que estavam prestes a explodir. Há Christina Applegate, Heather Graham, Ryan Phillippe, Guillermo Diaz, Mena Suvari, Denise Richards, Chiara Mastroianni,  Rose McGowan e Shannen Doherty (que era provavelmente a mais conhecida por Barrados no Baile).



E a trilha igualmente captura a época com Slowdive, Massive Attack, Cocteau Twins, Hole, Daft Punk, The Chemical Brothers, Sonic Youth, Blur, The Verve, Nine Inch Nails, The Jesus & Mary Chain, Portishead, Suede, Marilyn Manson, Radiohead, The The, e mais. Há muita música em Nowhere.

A obra é uma tentativa de documentar o egocentrismo sinuoso e um pouco sem sentido da geração grunge, e embora seja um produto de meados dos anos 90, é difícil não sentir que, cada geração de jovens goste de saber que sua marca de alienação incompreendida é única, o básico sempre permanece o mesmo.

Embora Araki estivesse na vanguarda do New Queer Cinema, aqui a sexualidade parece totalmente fluida e a identidade sexual não é fixa e nem problematizada. Suas ambições são mais amplas do que isso, e como muitos dos outros filmes do diretor, consegue parecer inútil e ao mesmo tempo cheio de significado.

Nowhere é um filme estranho que está deliberadamente a um passo da realidade, mas ainda parece que está conseguindo capturar o hedonismo egoísta, a busca de significado e a confusão aleatória da juventude, de sexualidades fluidas e experimentação de drogas a hormônios desenfreados e nunca ter certeza do que vai acontecer a seguir.


Nenhum comentário:

Postar um comentário