ONDA NOVA teve sua primeira exibição no Brasil na 7ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1983. Logo em seguida, foi proibido pela Censura do regime militar e só pôde ser lançado quase um ano depois, o que prejudicou muito sua carreira comercial.
Protagonizado por Carla Camurati e Cristina Mutarelli, o filme, que tem roteiro assinado pelos diretores, traz a história das jogadoras do Gayvotas Futebol Clube, no ano em que o futebol feminino foi regulamentado no Brasil, após ter sido banido por 40 anos, até 1979.
Esse time de jovens paulistanas desafia a moral vigente sobre gênero e sexualidade, ao mesmo tempo em que as jogadoras lidam com seus problemas pessoais. No campo, contam com o apoio de jogadores renomados, como Casagrande e Wladimir, fundadores da famosa "Democracia Corintiana", e Pitta. Também participam do filme artistas como Caetano Veloso, Regina Casé e o locutor Osmar Santos.
“É um filme onde o desejo assume o protagonismo, define e conduz as personagens e a narrativa. Mesmo não tratando diretamente de política, ao colocar o desejo como afirmação de identidade e de vida, ONDA NOVA é a própria negação da ditadura vigente na época. Por isso a censura não foi apenas a uma cena ou outra, mas ao filme inteiro. Foi considerado ‘amoral’ e interditado integralmente”, conta Martins.
A seleção do filme para a seção “Histoire(s) du Cinéma” do 77o Festival de Cinema de Locarno, deu à produtora Julia Duarte – sobrinha do falecido José Antonio Garcia, a oportunidade de iniciar um projeto de restauro das obras de um cinema brasileiro que era pouco acessível, mas muito representativo.
Trazer ONDA NOVA novamente para as telas com a merecida qualidade, envolveu também refazer trailer e cartaz, que tinham desaparecido. A nova identidade visual ficou a cargo de Helena Garcia, artista gráfica e uma das filhas de José Antonio, e o trailer, ficou por conta de Marina Kosa (Tanto Produções). O apoio da Cinemateca Brasileira para a digitalização dos negativos originais e da parceria com a JLS, a Zumbi Post, a família do diretor falecido, e os esforços de Francisco Martins, uniram-se no intuito de preservar uma obra leve – e livre, que trata de questões muito presentes no Brasil atual.
FONTE: SINNY COMUNICAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário