segunda-feira, 22 de julho de 2024

Presença (Brasil, 2023)

“Presença”, estreia na direção de um longa metragem, de Erly Vieira Jr, que também assina o roteiro,” é um documentário  sobre três artistas afro-brasileiros, atuantes no Espírito Santo e com carreiras consolidadas internacionalmente, que fazem de seus corpos o meio e objeto de sua arte. 

Marcus Vinícius, Castiel Vitorino Brasileiroe Rubiane Maia construíram as carreiras percorrendo o mundo em busca da reinvenção do próprio corpo. O filme mescla imagens de arquivo de trabalhos e intervenções dos artistas e performances inéditas, concebidas especialmente para o filme, e fazendo uso de  um desenho de som e uma edição que valorizam conexões entre obras tão distintas. 


Para o diretor Erly Vieira Jr., “‘Presença’ é um filme sobre artistas que compreendem a performance como forma de insubordinação diante dos papeis sociais, que se costumam predeterminar a eles com uma abordagem bastante poética, algo que sempre me instigou. Esses corpos são desobedientes, excessivos, transbordantes, muitas vezes levados a seus limites, e constantemente reinventados através de gestos, ritmos, movimentos, conectando-se a nós, espectadores, de formas bastante surpreendentes.” 


Questões como a relação com a paisagem e a conexão com a natureza e seus elementos, a fragilidade da experiência humana, a solidão existencial, a espiritualidade, a racialidade, a performance como uma metodologia de contato íntimo com o espectador, são alguns dos temas universais que o filme aborda. 


Ao fazer seu corpo performático surgir numa explosão, e muitas vezes enfrentando riscos físicos, Marcus Vinícius se propôs, através da sua arte, transfigurar a dor em leveza e em silenciosos rituais cotidianos. Rubiane sempre teve o desejo de voar como quem dança, mas o confronto direto com o racismo, após uma temporada vivendo na Europa, a fez buscar outros modos de conexão que atravessaram o Oceano Atlântico na diáspora afro-brasileira. 


Já Castiel se autodeclara triplamente curandeira (como psicóloga, artista e macumbeira), que “escolheu ser peixe antes de ser humana”, segundo a tradição da cosmogonia Bantu. Ela entende sua transgeneridade como uma transmutação, numa conexão espiritual com as matas e a força das águas, capaz de romper as armadilhas da racialização e da colonialidade. 


FONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA PRIMEIRO PLANO




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