O diretor Eyal Kantor, de Like Me (2022), cria um thriller atmosférico e sombrio, que destaca a vida Queer em Tel Aviv, enquanto tece comentários sobre desejo, obsessão, fé, identidade, etarismo e trauma. Muitos homens passam pela vida do protagonista, mas somente após a proteção de Avinoam, é que ele consegue de certa forma se conectar com seu eu espiritual.
Tapa na cara, mordaça, cuspe, nudez explícita, o diretor não poupa cenas de sexo ousadas, que são muito bem filmadas pelo diretor de fotografia Offek Hasid. Sua lente se move pelos corpos, tanto em sequências de sexo selvagem, como momentos mais íntimos e até lúdicos que invadem a imaginação de Binyamin.
Mas enquanto é acolhido por Avinoam, Binyamin se liberta de traumas é inicia o próprio romance com Amir, ainda que com vontade de sentir dor na hora do sexo. Interlúdios com sequências animadas ilustrando fatos da vida do herói, ou até mesmo cenas musicais também estão presentes.
O ponto de virada no entanto, é quanto Avinoam é espancado e Binyamin, precisa lhe prestar auxílio. O personagem mais velho observa na vida do protagonista, aquilo que nunca viveu, o amor livre e estar confortável na própria pele, isso acaba desencadeando gatilhos.
Yoav Keren, que já havia trabalhado com o diretor, oferece uma performance forte como Binyamin. O ator está preparado para transmitir as diferentes fases pelo que o personagem passa, ele não hesita em mostrar o corpo, mas há profundidade no seu papel, muito bem observados nos diálogos escritos por Kantor.
O filme caminha então para um thriller psicológico sobre as dinâmicas de poder, as relações de confiança e a dependência emocional, com alguns momentos perturbadores, até que chegue em seu desfecho dinâmico e imprevisível.
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