O documentário "The Little Pageant That Could", de John Carlos Frey, resgata a trajetória do "Best in Drag Show", um evento que nasceu em 1990 como uma paródia improvisada do Miss América em um pequeno apartamento em West Hollywood. O que começou como uma brincadeira entre amigas tornou-se o mais antigo evento beneficente drag de Los Angeles, arrecadando milhões para a luta contra a AIDS.
Com produção executiva de Fenton Bailey e Randy Barbato, do World of Wonder, o filme celebra essa história improvável com um olhar atento e afetuoso.O conteúdo do documentário é rico em material inédito, abrangendo os 33 anos do concurso.
Cenas de arquivo são entremeadas por participações de celebridades como Chris Pratt, Jennifer Coolidge, Martin Sheen e Vanessa Williams, que atuaram como apresentadores ou jurados. Esses nomes reforçam o apelo cultural do evento, que, muito antes de "RuPaul’s Drag Race", já era uma referência em Los Angeles, misturando glamour e propósito social.
O "Best in Drag Show" vai além do entretenimento: é um marco de resistência. Surgido no auge da crise da AIDS, o espetáculo usou o humor e a arte drag para unir a comunidade LGBTQ+ em solidariedade. O filme de Frey captura essa essência, mostrando como o camp e a compaixão se entrelaçam para criar um impacto cultural que ressoa até hoje.
Para a comunidade queer, o documentário é um tributo à força do ativismo artístico. Ele destaca o papel da cultura drag, frequentemente estigmatizada, como ferramenta de inclusão e luta, oferecendo uma narrativa que conecta passado e presente. É uma celebração da resiliência e da criatividade que definem o espírito do evento.
A direção de John Carlos Frey equilibra bem humor e emoção, mas o filme tem seus pontos fracos. Algumas sequências se estendem além do necessário, diluindo o ritmo. Ainda assim, a sinceridade da obra compensa esses momentos, entregando um retrato envolvente de um show que transformou vidas com brilho e coragem. "The Little Pageant That Could" é uma homenagem necessária a um evento único e relevante. Com seu olhar bem-humorado e profundamente humano, o documentário não só registra a história do "Best in Drag Show", mas reforça a importância da comunidade em tempos de crise.
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