Adaptado de um romance autobiográfico, de Philippe Besson, publicado em 2017,o filme questiona a memória e a necessidade de olhar para o passado, tanto quanto a parte de realidade que um autor poderá colocar em seus escritos.
O drama, de Olivier Peyon, segue um autor de meia-idade voltando para sua cidade natal e conhecendo o filho de seu amor há muito perdido, enquanto ambos tentam desvendar os mistérios de um homem que os manteve distantes.
O autor é Stéphane (Guillaume de Tonquédec), um homem que viveu uma vida plena, mas nunca conseguiu superar totalmente seu primeiro caso de amor, nomeando personagens persistentemente em homenagem a Thomas (Julien De Saint Jean), embora nunca mais o tenha visto desde que ambos tinham 17 anos.
Enquanto Stéphane mais velho se esforça para abordar a vida com um ar de sofisticação calma, seu eu adolescente (Jérémy Gillet) é tímido e inseguro de si mesmo, oprimido por ser escolhido por um garoto popular. A princípio é uma atenção puramente sexual, mas logo algo mais se desenvolve entre eles, e é aí que as coisas se complicam.
Thomas não quer que ninguém saibam tomando cuidado para evitar que sejam vistos falando em público. Ele também se sente atraído por garotas, tem namorada e está desesperadamente preocupado em se passar por hétero. Embora Stéphane encare tudo isso com calma e faça o possível para que as coisas funcionem, isso coloca os dois em caminhos de vida muito diferentes.
O diretor de fotografia, Martin Rit, os infunde com o rico brilho dourado do próprio conhaque. Em outros lugares, o filme é cheio de beleza natural. As águas manchadas do lago onde Stéphane e Thomas fugiram são sedutoramente azuis. O design de produção, de Clémence Ney, nos faz mergulhar no caráter da pequena cidade e seus arredores.
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