Após a morte de seu pai, Jaime (Anwen O'Driscoll) vai morar com sua tia, Beth (Liane Balaban), e seu tio, Jean-Francois (Antoine Yared), que são Testemunhas de Jeová e vivem em uma comunidade religiosa. Ela conhece Marike (June Laporte), a filha do ancião e a amizade delas se transforma em um romance proibido.
Os diretores Sarah Watts e Mark Slutsky fazem um trabalho eficaz de não transformar ninguém da comunidade em vilão, embora Jaime e Marike tenham que esconder seu relacionamento dos outros e suprimir suas emoções. Elas claramente vivem em um ambiente tóxico onde não podem ser verdadeiramente felizes juntas.
A história se passa nos anos 90, antes dos dias da internet e quando pessoas LGBTQIA+ eram ainda menos aceitas, isso foi na época de "Don't Ask, Don't Tell". É fácil ver para onde o enredo de You Can Live Forever está indo, porque o relacionamento de Jaime e Marike está condenado, a menos que elas possam escapar da comunidade de alguma forma.
Anwen O'Driscoll e June Laporte apresentam performances convincentes e comoventes que fornecem ressonância emocional. Elas têm uma química palpável juntas. You Can Live Forever é uma história de amadurecimento levemente envolvente.
Histórias sobre os obstáculos que alguns tipos de crenças religiosas podem criar na vida das pessoas LGBTQIA+ são frequentemente retratados. As lutas têm uma dimensão interna, a fé não é algo que se abandone casualmente, e o amor romântico nem sempre surge como o mais importante. Com ecos de Desobediência(2017), de Sebastián Lelio, este pequeno e pensativo indie explora um romance no qual duas garotas devem lidar com seus dilemas internos.
Um delicado equilíbrio é alcançado entre contar a história das meninas, explorar o papel que a religião e a cultura de Marike desempenham em sua vida e criticar aspectos da maneira como se espera que ela viva. A maior parte da crítica vem no final, mas, mesmo assim, é entregue com rara sutileza e graça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário