Robert Montague Renfield(Nicholas Hoult) tem uma relação de submissão à Drácula(Nicolas Cage). Renfield traz sangue fresco para o rei das trevas e o auxilia durante os períodos de recuperação, nos quais ele se esconde da luz e recupera seu poder.
Depois de décadas de servidão, os óculos cor-de-rosa estão começando a escorregar e o incansável servo está farto dos métodos assassinos de seu mestre. Depois de uma breve viagem ao passado (um flashback em preto e branco que encontra Cage e o diretor de fotografia canalizando Bela Lugosi), Renfield retorna a busca de carne fresca para Drácula. É por meio dessas circunstâncias complicadas que conhece Rebecca (Awkwafina), uma policial de trânsito agressiva com rancor contra os bandidos que mataram seu pai.
O filme, de Chris McKay, começa no que parece ser uma reunião do AA, mas em vez disso é um grupo de apoio para codependentes que lutam com familiares, parceiros, chefes etc. Ao longo da produção, observamos como Renfield finalmente entende a gravidade do relacionamento tóxico do qual participa com Drácula e o dano que a permanência causa à sua autonomia, saúde mental e individualização.
O longa tem uma performance estelar de Nicolas Cage, cenografia camp e exagerada, vilões caricatos, um charme de filme B, muito sangue, horror corporal, uma estética fluorescente, e uma trilha sonora POP com artistas como Lizzo, My Chemical Romance, e The Soup Dragons. Os códigos queer estão todos aqui.
É fácil simpatizar com Renfield por causa do abuso que sofreu, preso em um ciclo eterno de Drácula fazendo promessas. O vampiro se aproveita e quando é derrotado, Renfield reabilita seu chefe. Drácula era um parceiro abusivo.
Renfield é melhor em ser ridículo. Ele fornece a plataforma perfeita para Cage enlouquecer, canalizando até mesmo o grande Bela Lugosi, do clássico Drácula de 1931. Há uma ótima cena em que ele exige "o sangue das líderes de torcida", apenas para discutir com Renfield se é uma coisa sexual.
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