Verónica (Jimena Franco) e Greta (Natalia Porras) são profissionais do sexo transgênero e colegas de quarto que vivem em São José, capital da Costa Rica. Passando as noites nas esquinas e frequentando clubes, sua existência pacífica é perturbada pela presença de Tato (Camilo Regueyra).
Tato é um adolescente sem-teto que elas literalmente encontram, quando o carro em que estão acidentalmente o atinge. Verónica não consegue deixar o jovem ferido na rua. Convidando o jovem para morar com elas até que esteja totalmente curado, a personagem tenta navegar na nova dinâmica da casa enquanto lida com seu passado e contempla seu futuro profissional.
À medida que tudo isso se desenrola, o diretor Jurgen Ureña lança pequenas pistas para desvendar as motivações do personagem em seu olhar observacional sobre a prostituição e a família.
O filme é quase escasso em termos de enredo. No entanto, isso faz parte de seu charme. O que fica claro é que cada personagem tem um vazio pessoal que precisa ser preenchido. A necessidade de Verónica, está diretamente ligada à mãe que não vê há dez anos.
Adotando uma abordagem de docudrama em sua narrativa, Ureña evita flertar com a tradicional prostituta com um coração de convenções de ouro. Tampouco as torna mulheres vítimas das circunstâncias.
O diretor permite que seus personagens e a própria história se movam em seu próprio ritmo, mostrando seus pontos fortes e vulnerabilidades emocionais com igual medida. Abraça-me como Antes é um filme instigante que deixa no ar muitos questionamentos.
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