sábado, 25 de junho de 2022

Bilmemek(Turquia, 2019)


A roteirista e diretora Leyla Yilmaz dá um vislumbre da sociedade turca em geral e, em particular, o retrato de uma família de três, vivendo em Istambul. Sinan (Yurdaer Okur), o pai, trabalha com contêineres no porto para uma grande corporação de transporte marítimo que tem uma nova estrutura administrativa na qual é responsável como gerente; Selma (Senan Kara) a mãe amorosa, é uma médica profundamente envolvida com seus pacientes e em conversas com seu irmão sobre sua herança.

Umut (Emir Ozden) é o filho, de 17 anos, estudante universitário e integrante da equipe de polo aquático, atividade que pode lhe conceder alguns privilégios em seus anos de faculdade. Os olhos azuis de Umut combinam com a água da piscina. Distraídos pelo trabalho e pelos problemas conjugais, os pais não percebem que o filho também tem problemas.


Junto com seu melhor amigo Tunç (Ulascan Kutlu), Umut faz parte do time de polo aquático de sua escola. Lá, seu companheiro de equipe Berk (Arda Aranat) o coloca em situações embaraçosas. Berk começa o boato de que Umut é gay. Mas Umut se recusa a comentar. Mesmo quando o treinador , Atila (Levent Üzümcü), fica sabendo do assunto e o repreende, A partir de então o bullying não pára. Até que um dia Umut desaparece sem deixar vestígios.



A história se desenvolve em um período de tempo que permite ao espectador conhecer suas preocupações e objetivos, nas atividades diárias da família, a falta de comunicação, talvez o principal tema abordado no filme, é onipresente.

Um trabalho de câmera preciso fornece imagens homoeróticas de homens em trajes de banho pretos, um treinador de equipe que grita. A comunicação também é difícil entre os jogadores de polo aquático, pois um grupo deles se sente em risco de ter Umut por perto sem saber exatamente sua sexualidade. Eles perguntam e Umut não conta.


Fotos digitais, e-mails, chats de Whatsapp, avisos, telefonemas, conversas, o princípio da obediência e notícias de TV se entrelaçam em uma história que vai crescendo até o fim. Rejeição, homofobia, agressão, assédio, claustrofobia, desolação, perda e arrependimento são termos que se traduzem em imagens em um filme assombroso com atuações sólidas de todo o elenco.


O longa, de Leyla Yilmaz, é um drama sobre rumores e como eles surgem; um filme sobre hipocrisia, intolerância e silêncio, ora intencional, ora covarde. Calmamente encenado e atuado, a diretora retém informações importantes de seu público até o final. 



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