terça-feira, 4 de outubro de 2022

Mais que Amigos(Bros, EUA, 2022)

O ano é 2022 e Mais que Amigos é a primeira comédia romântica gay a ser lançada por um grande estúdio, no caso a Universal. A estrela e coroteirista Billy Eichner se desdobra, criando um filme hilário e sincero que também reconhece a história desafiadora, e muitas vezes oculta, das pessoas LGBTQIA+ na sociedade.

Bobby(Eichner) é um podcaster de história queer e membro do conselho do próximo museu LGBTQIA+ de Nova York, onde trabalha ao lado (e às vezes em desacordo) com uma equipe de organizadores comunitários que representam cada letra da sigla. As cenas do museu incluem um senso de legado da comunidade que informa e que se entrelaça na história.

A trama principal, claro, é um romance: Bobby conhece o belo advogado Aaron (Luke Macfarlane) em uma festa de lançamento de um aplicativo  e se vê imediatamente, ao mesmo tempo. excitado e completamente irritado com esse estranho que é claramente mais esperto do que parece, mas também é tão tímido quanto Bobby.


Como é comum é filmes como esse, eles abrem caminho para os personagens, culminando em diversas cenas de sexo, o que inclui orgia, fetiches e outras variações, o que talvez constranja o público hétero, mas encha de orgulho e alegria a comunidade queer. 


Seja Bobby lembrando como ele desistiu de seu sonho de teatro musical porque um professor disse que ele não era macho o suficiente, ou Aaron admitindo que nunca perseguiu seus sonhos de ser um chocolateiro porque ser um confeiteiro era 'muito bicha'. Esses caras, na casa dos 40, foram prejudicados pelas mensagens negativas que receberam enquanto cresciam. Mensagens essas que o filme pretende transformar e mostrar que hoje as coisas já não são bem assim.



O longa, de Nicholas Stoller, transborda com sagacidade afiada, piadas engraçadas e humor observacional sem tentar muito agradar o público. É autoconsciente, mas não excessivamente. O roteiro têm um talento especial para entender a natureza humana por causa da maneira como tratam Bobby e Aaron como seres humanos e exploram seu relacionamento de uma maneira convincente.

Bobby aparece como sincero, emocionalmente maduro, inteligente, mas também um pouco inseguro às vezes. Ele também é confiante, mas sensível. Aaron pode parecer perfeito no começo, mas ele está longe disso e tem suas próprias inseguranças e problemas que ele ainda precisa enfrentar até conhecer Bobby.

Todos os atores e atrizes de Mais que Amigos, de Billy Eihchner e Luke Macfarlane aos papéis coadjuvantes, como Dot-Marie Jones, que interpreta uma das colegas de trabalho de Bobby no Museu LGBTQIA + e até Debra Messing, são muito bem escalados. A trilha sonora é fluída, inclusiva e complementa o tom do filme de forma muito eficaz.

Mais que Amigos é engraçado, sincero e agradavelmente honesto. É sublime ver atração sexual masculina e demonstrações de afeto apresentadas com tanta franqueza em uma produção de grande porte em um grande estúdio. O filme é genuinamente sexy, e há calor autêntico sempre que os protagonistas se abraçam com luxúria.


Mais que Amigos celebra a cena  e os ícones LGBTQIA+ em todas as suas variações. A química entre Billy Eichner e Luke Macfarlane é perfeita, assim como o timing cômico e o cenário clássico de comédia romântica, em Manhattan.

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