segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Pão Negro(Pa Negre, Espanha, 2010)

Situado na Catalunha durante os anos imediatos do pós-guerra. Um menino chamado Andreu(Francesc Colomer), que pertence ao lado perdedor do conflito, encontra os corpos de um homem e um menino na floresta. Autoridades locais querem culpar o pai de Andreu pela situação; em resposta, o garoto decide tentar ajudar seu pai partindo em busca dos verdadeiros assassinos e descobre que sua família guarda muitos segredos obscuros.

Grande vencedor dos Prêmios Goya, em 2010, o longa-metragem foi o primeiro em catalão a conseguir isso. Baseado no romance homônimo, de Emili Teixido, o filme mantem uma  engrenagem comandada por Agustí Villaronga e oferece uma série de detalhes sutis que estão acima da média dos filmes espanhóis sobre o período da Guerra Civil. 


O início do filme é um choque. Com uma cena inusitada que bate em cheio na retina e fica gravada na memória. Um prólogo brilhante que parece anunciar um filme de mistério e vingança de alto nível.

Situado em uma área arbórea, da Catalunha pastoral, o eixo da trama são as relações entre os habitantes de uma pequena cidade. Um mundo de rancor e vingança que não termina de se desenvolver em favor do apêndice narrativo político e judicial.


Uma aura sombria envolve o filme, extrapolando a ansiedade de um espectador curioso diante daquele lugar cruel e desconfortável. Nada é fácil para o jovem Andreu, desde a relação com os contemporâneos como com uma família por um fio.

Tudo culmina num resultado  mais que satisfatório. Um prisma diferente para ver o grande episódio da história da Espanha, no século XX. A paisagem, a fotografia, a música de José Manuel Pagán juntam as notáveis ​​interpretações de Nora Navas e Laia Marull num produto bem dirigido e com uma narrativa que resgata um período doloroso e difícil de ser lembrado.

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