quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Carne para Frankenstein(Flesh for Frankenstein, EUA, 1973)

Embora esses dois filmes de terror sejam frequentemente creditados à Andy Warhol o ícone da Pop Art estava apenas nominalmente envolvido na produção de Carne para Frankenstein e Sangue para Drácula. A real mente por trás desses riffs lúgubres sobre o trabalho de Mary Shelley e Bram Stoker foi Paul Morrissey, que já havia feito filmes como Flesh (1968), Trash (1970) e Heat (1972), com Warhol.

Carne para Frankenstein alegremente apresenta incesto, mutilação e necrofilia. O alemão Udo Kier, que interpreta o excêntrico  Barão von Frankenstein, molestando repetidamente a vesícula biliar da “zumbi feminina”. Este cientista maluco se diverte em seu trabalho, em criar a criatura perfeita.

Sem surpresa, o enredo toma liberdades consideráveis ​​com a narrativa original de Shelley. O Barão está preocupado em criar uma raça dominante definida pelo desejo sexual sobre-humano, então ele mata pessoas que ele percebe como tendo órgãos desejáveis e reaproveita suas entranhas.

Enquanto isso, o Barão vive um casamento conturbado com sua irmã, Katrin (Monique van Vooren), com quem teve dois filhos. Infelizmente, ela é atraente para todos, exceto o Barão. Eventualmente, o Barão mata um homem local, Sacha (Srdjan Zelenovic), usando sua cabeça para completar um “zumbi” em andamento.


O amigo de Sacha, Nicholas (Joe Dallesandro), investiga o desaparecimento  e descobre o estranho esquema do Barão. O filme culmina com a revelação de um monstro masculino e feminino, o que resulta em derramamento de sangue e sexo generalizado.

Feito um pouco no estilo dos filmes de terror da Hammer, com cenários elaborados e exuberantes locações, Morrissey usa o Frankenstein de Shelley como uma estrutura sobre a qual pendurar esta comédia grotescamente sombria, construída em torno de temas de voyeurismo, necrofilia, incesto e pureza racial.

Carne para Frankenstein combina violência extrema, sangue e humor ácido com momentos de verdadeira calma e ternura. A câmera de Morrissey, como muitos dos personagens do filme, atua como um voyeur subjetivo da trama. 

Udo Kier está completamente fora de controle o tempo todo. Joe Dallesandro, exala sua habitual sensualidade como um predador sexual e consegue comandar presença e humor reais, apesar de aparecer praticamente nu em todas as cenas.


Frankenstein de Mary Shelley é sem dúvida um grande romance e merece seu lugar na história literária. O que faz de Morrissey um grande diretor, porém, é sua recusa em permitir que isso atrapalhe seu filme. Esta é a história dele e de mais ninguém. 


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