O diretor Andrea Pallaoro e o corroteirista Orlando Tirado tecem uma exploração lírica e comovente do amor, compaixão, perdão, reconciliação e cura da dor emocional.
Monica se permite ser apresentada como uma estranha e se muda para a casa de Eugênia. Durante a maior parte do filme, Monica atua como cuidadora de sua mãe. Eugênia fica perplexa com sua presença
Algo traumático claramente aconteceu entre a mãe e Monica, há 20 anos, que levou ao afastamento delas. O filme não foca nesse trauma, mas sim nas consequências durante um momento de adversidade que une a família.
Trace Lysette proporciona um desempenho comovente como Monica. O ritmo se move lentamente como um certo anacronismo. A câmera fica próxima e pessoal com planos, em proporção quadrada, que aumentam a sensação de intimidade e crueza.
Pallaoro é italiano, e assim como a Monica de Lysette em longas tomadas em que ela está presa em composições atrás de portas, janelas e em espelhos enquanto faz ligações para pessoas que parecem tê-la abandonado, soa como o diretor estivesse referenciando os filmes que o mestre Michelangelo Antonioni fez nos anos 1960, com Monica Vitti.
O diretor e o corroteirista Orlando Tirado nos dão apenas fragmentos das histórias de fundo dos personagens, como o triste rompimento de um relacionamento de Monica, e isso funciona bem porque sua angústia atual é mais envolvente e mais dramática do que o que aconteceu no passado.
Embora silencioso, o filme é embalado por uma trilha pop e retrô, com canções clássicas de bandas como New Order, Pulp, The Blaze, Moderat, Patty Bravo e The Easybeats.