"Big Rage", de Waymon Boone, é uma fusão de ação noir e thriller queer, situado no cenário desolado do Salton Sea, explorando uma batalha feroz pelo controle do suprimento de lítio dos EUA. O enredo central gira em torno de dois ex-lutadores, Chad (Fabian Arnold) e Clarke(Justin Powell), que, cada um a seu modo, luta para reconciliar seu passado com um futuro moldado por amores inesperados e lealdades conflitantes, tudo isso enquanto navegam por um desastre ecológico e um submundo corrupto.
A trama é marcada por um tom sombrio e introspectivo, reminiscente de clássicos como "Chinatown", mas com uma reviravolta contemporânea ao abordar questões de identidade sexual e a luta pela sobrevivência em um ambiente hostil. O filme explora temas de redenção, a complexidade das relações humanas, e a destruição ambiental, utilizando o deserto de Salton Sea como metáfora para a pureza perdida e os esforços de recuperação.
Chad, interpretado por Fabian Arnold, é um personagem complexo, trazendo ao filme um arco de crescimento que vai do conflito interno à aceitação de si mesmo e de seu lugar no mundo. A química entre Arnold e Justin Powell, que interpreta, é fundamental para o crescimento da história oferecendo uma dinâmica de relacionamento que é tanto uma batalha quanto uma fonte de força mútua.
O filme capta a vastidão e a beleza desolada do Salton Sea, contrastando com a violência e a corrupção que permeiam a história. A cinematografia enfatiza a dualidade entre a beleza natural e a destruição humana, criando uma paleta visual que é ao mesmo tempo atraente e perturbadora. A ação é coreografada com uma intensidade que lembra filmes de artes marciais, mas com um toque de realismo que evita o excesso.
O melhor de “Big Rage” é sua tentativa de inserir personagens e narrativas queer em um gênero majoritariamente heteronormativo, a ação, promovendo a diversidade e explorando a interseção entre sexualidade, masculinidade e violência.
"Big Rage" tenta equilibrar vários elementos complexos: ação, suspense, drama pessoal e comentário social. Enquanto não atende completamente a todas essas ambições, ele oferece um ponto de vista único e uma experiência cinematográfica que, apesar de suas falhas, é atrativa e provoca reflexão.
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