O documentário, de David Férnandez de Castro e Marc Parramon, opta por não mostrar o rosto de Violeta, a fim de preservar a criança. No entanto é mostrado um casting com vários meninos e meninas, para que possam encenar momentos da vida de Violeta, como quando os pais a levam para comprar roupas femininas.
Sendo entrevistado em seu escritório, com objetos fálicos, em casa ou num cartório lutando pelo nome social da filha, o filme humaniza a imagem de Nacho Vidal, conhecido pela experiência com a pornografia hardcore. Aqui ele aparece como um pai zeloso, compreensivo e pronto para aceitar as decisões que a filha irá tomar a partir de sua adolescência.
A narrativa do filme, intercala a história da pequena Violeta, com a tragédia de Alan, um adolescente trans que após muito sofrer bullying e abusos acabou se suicidando. Os depoimentos de sua mãe Esther, são comoventes e ela hoje luta para que não haja mais casos como os do filho.
A história de Alan abriu caminho para o tímido Ivan assumir sua transexualidade, e a riqueza do filme está em expor histórias transgêneros de todos os ângulos, tendo como ponto de partida a infância e a luta por visibilidade e direitos iguais.
A veterana Sylvia, que enfrentou o regime do ditador Franco, relembra como eram difíceis aquelas épocas, na década de 1970, onde era presa sem motivo, e ainda não se vislumbrava a despatologização da transexualidade.
Ganhador do DocsBarcelona, em 2019, Meu nome é Violeta é carregado por uma sensibilidade muito grande ao contar relatos de aceitação e mudanças, não apenas na vida de uma criança, mas de toda uma comunidade, ao discutir temas como hormonização, resignação e transfobia.
Suas críticas são referência para mim.
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