sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Pit Stop(EUA, 2013)



Pit Stop, um filme lírico e de baixo orçamento de Yen Tan, que anos mais tarde dirigira o delicado O Ano de 1985(2018), pinta um retrato da vida de gays em cidades pequenas. Segundo o diretor, que é de origem malaia, a ideia veio enquanto fazia uma viagem e observava o interior dos Estados Unidos.

O filme acompanha a história paralela de dois personagens. Gabe (Bill Heck) está morando com sua ex-mulher, com quem está criando uma filha. Ele saiu recentemente de um relacionamento com um homem casado. Ela está namorando, mas ainda o ama.


Ernesto (Marcus DeAnda) está terminando com seu namorado Luis(Alfredo Maduro), muito mais jovem. Ele também cuida de um ex-namorado que está em coma, numa possível referência ao clássico Buddies(1985).


Pit Stop vai e volta entre a vida cotidiana desses homens muito solitários, que anseiam dolorosamente pelo certo. À primeira vista, as histórias podem parecer desconexas, mas o destino, nos mostra mais tarde que tem algo reservado para Gabe e Ernesto.



Os protagonistas transmitem habilmente a dolorosa solidão da vida gay masculina na pequena cidade do Texas. O vilarejo tranquilo que eles chamam de lar é, como tantos outros, um lugar onde se assumir não é uma opção. 


Um aspecto impressionante de Pit Stop é o quão bem desenvolvidos são os personagens secundários. Quando a ex-mulher de Gabe, Shannon (Amy Seimetz) sai com uma colega de trabalho, o público vai junto com ela. O diretor permite que vejamos como tem sido difícil deixar o homem que ama e se conectar com alguém novo.


O longa, roteirizado por Tan, em parceria com David Lowery, é bem-sucedido como um estudo da universalidade de sair e entrar em relacionamentos, capturando as pessoas conforme elas decidem que precisam conhecer outras, mas ainda não estão totalmente prontas para isso.

No Pit Stop, a solidão e o amor abrangem idade, orientação, cor da pele e classe. O longa  é um filme escuro e intenso que, faz um verdadeiro estudo da psique humana, lembrando os espectadores como podemos ser parecidos, enquanto seres humanos. 


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