Como diz a famosa canção “Everybody is looking for something(Todo mundo está procurando por algo)”, e é isso que os protagonistas de LOOKING, série criada por Michael Lannan, para a HBO, estão fazendo, procurando por amor e realização na cidade mais gay do mundo: São Francisco.
A atração acompanha a vida diária de três gays. Patrick(Jonathan Groff) é um jovem, de 29 anos, que divide o apartamento com o latino e aspirante a artista Augustin(Frankie J. Alvarez). O amigo mais velho Dom(Murray Bartlett), traz um arco de maturidade para a trama, principalmente quando se envolve com o personagem Lynn(Scott Bakula).
Mas o protagonismo é focado realmente em Patrick, e em seus complicados relacionamentos. Ele se envolve com o mexicano Richie(Raúl Castillo), com quem vive dilemas relacionados a diferenças de classe, enquanto mantém uma forte tensão sexual com o chefe, de uma empresa de videogames, Kevin(Russell Tovey).
Kevin está comprometido com Jon(Joseph Williamson), mas ele certamente desperta algo em Patrick que será desenvolvido ao longo da série. Enquanto isso, o namoro com Richie vai evoluindo, e eles até protagonizam um episódio intimista, que lembra os filmes Before, de Richard Linkater.
Enquanto Dom aspira abrir seu próprio restaurante, Augustin vive uma crise no relacionamento com Frank(T. Fagbenle) e Richie e Patrick não conseguem entrar num acordo. A série mostra a homossexualidade sem tabus, apresentando os dilemas da vida gay contemporânea, sem deixar de abordar pegação em parques, saunas e aplicativos.
Quando a segunda temporada começa o sexo é muito mais acessível na tela. Há cenas que exploram a nudez de seus atores, há orgasmos, há pênis expostos, e também há a eterna discussão entre ativo, passivo ou versátil.
Patrick agora está vivendo um caso com Kevin, o que traz ainda mais complicações para sua vida. O britânico é dúbio, parece estar apaixonado pelo protagonista, mas suas intenções podem ser um tanto duvidosas colocando Patrick em diversas situações embaraçosas.
Há muitos coadjuvantes na série, e o destaque é para Richie, que volta na segunda temporada e sempre mostra um enorme coração; Doris(Lauren Weedman), quem divide o apartamento com Dom e se envolve com Malik(Bashir Salahuddin), e finalmente Eddie(Daniel Franzese) que trabalha num abrigo para jovens trans, convive com o HIV e se envolve com Augustin, proporcionando um debate sobre sorofobia, prevenção e PrEP.
Em São Francisco não pode faltar balada, e em balada não pode faltar música, portanto a série proporciona uma trilha ótima. Ao longo das duas temporadas tem The 2 Bears, Sylvester, Body Language, Erasure, Morrissey, Hercules & Love Affair, B52’s, Shit Robot, Cece Peniston, Yazoo, Pet Shop Boys, Sister Sledge, The The, Junior Boys e muito mais.
A atração pode não trazer representatividade para todo o tipo de homossexuais, mas seria um tanto impossível. Seu arco de personagens, explora bem a diversidade gay ao retratar a vida em São Francisco. Mesmo terminando com um final amargo, após 18 episódios, a série aposta num tom realista que deve ser valorizado. No entanto, a insatisfação dos fãs, e o cancelamento da série originaram posteriormente um longa para um desfecho mais adequado.
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