Bem-vindos à Escola para Homossexuais St. Sebastian onde a cultura LGBTQIA+ faz parte do currículo e dar pinta é uma atividade extra. Este é um lugar fantástico. Nas cenas de abertura, os alunos fumam maconha, dão uns amassos com os namorados, se entregam à moda não-binária e andam de skate pelos corredores.
O filme sueco, de Ylva Former, baseado no romance de Kristofer Folkhammar, tem muitos conceitos intelectualmente desafiadores. O uso da teoria crítica é evidente e a homossexualidade masculina é a norma.
As aulas de Educação Física são todas de dança, ginástica e luta livre que estão mais perto de abraçar. Mas o foco de sua atividade é preparar sua tese de final de ano enquanto competem para liderar a Procissão de Inverno, uma mistura de baile e regresso à casa.
Há o bem vestido e rigoroso professor Magister (Johan Ehn), que tem um relacionamento secreto de BDSM com, o Adonis de cabelos dourados da escola, Charles (Christian Arnold), mas sai mais ou menos devastando quando um trauma de seu passado é lembrado.
Há o zelador Frank (Jani Blom), que atinge uma obsessão doentia pelo Mestre, e olha com amargura para a jovem geração de gays que tem condições completamente diferentes da sua.
São os dois casais Paul (Johan Charles) e Noak (Nino Forss) e Tim (Simon Kling) e Fred (Joel Valois), que compõem o grupinho descolado da escola, mas começam a se dividir pela competição interna, que começa antes da Procissão de Inverno.
E há também o batedor de carteiras Chad (Elis Monteverde Burrau), que atua como uma espécie de símbolo para que hierarquias e mecanismos opressores surjam mesmo nos ambientes supostamente mais abertos e acolhedores.
Os tópicos que eles escolhem para suas apresentações finais são um catálogo de estudos LGBTQIA+, por exemplo, Noções de Irmandade expressas em Filmes de Bromance Contemporâneos ou Cultura Gay Underground na década de 1950. Na preparação para isso, eles debatem a natureza da solidão e do erotismo, as limitações e exigências da amizade e do casamento como ferramentas para reduzir o trabalho emocional. É uma miscelânea de Estudos Culturais.
Mais dramaticamente rica é a crítica criada pelo arco da história. Há um contraponto feito entre as duas gerações. Há os professores, que sofreram homofobia e vergonha enquanto cresciam, lutando para criar espaços gays seguros. Depois, há os jovens que agora conseguem ser eles mesmos nesses espaços.
Os professores, tendo vivenciado a ‘união da opressão’, descobrem que o que eles criaram é o inferno porque são dinossauros que não são bem-vindos nesses novos espaços. Enquanto os jovens agora se veem forçados a competir com seus pares sobre quem recebe atenção e validação social.
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