Flesh, é o primeiro filme da trilogia dirigida por Paul Morrissey, produzida por Andy Warhol e protagonizada por Joe Dallesandro, sex symbol descoberto pelo pai da POP ART. Como em todos os três filmes, o personagem principal se chama Joe, e meio à situações inusitadas mas naturalistas, nos apresenta o underground de Nova York, do final da década de 1960, início dos 1970.
O personagem se prostitui para juntar dinheiro para que a namorada de sua mulher faça um aborto. Joe se desnuda completamente em quase todo o filme, tanto fisicamente quanto de seu pudor, ao seu expor em diversos tipos de situação e encarar um dia cheio de personagens excêntricos. A exposição do ator é tanta, que até seu filho, um bebê de um ano, aparece em cena.
Flesh já apresentava as temáticas que seriam abordadas na transgressora trilogia, como identidade de gênero, orientação sexual, burguesia e drogas, sendo uma obra de contracultura. Ao defender a questão da sexualidade junto de outros michês, Joe também se mostra como um personagem extremamente humano.
O filme, que na década de 1960, já discutia o culto ao corpo, traz para a cena vários personagens de Andy Warhol, como Candy Darling e Geraldine Smith. Em uma cena duas transexuais debatem assuntos femininos enquanto Joe, se diverte com uma dançarina.
O contraste de liberdade feminina e LGBTQIA+ em plena década de 1960 é gritante com personagens que iam contra o sistema e subvertiam a ordem. Precursores da arte queer ,como Paul Morrissey, John Waters e Andy Warhol, devem ser celebrados e sua obra visitada e revisitada. Flesh, apesar de ter cortes que incomodam, dá início à uma trilogia que discutiria mais tarde o uso explícito e abusivo de drogas em Trash, e o sonho da fama em, Heat.
O universo underground de Nova York é fascinante, e isso sempre refletiu na arte da cidade mais vanguardista do mundo. Uma curiosidade, é que um frame de uma cena, em que Joe está com um cliente tornou-se capa do álbum de estreia da banda inglesa, The Smiths.
Nenhum comentário:
Postar um comentário