sexta-feira, 11 de junho de 2021

Buddies(EUA, 1985)

Apontado como o primeiro drama sobre a AIDS, Buddies, de Arthur J Bressan Jr, é um retrato delicado do momento mais devastador da doença. O longa começa com vários diagnósticos, todos positivos, sendo impressos, para depois nos apresentar sua trama.

O enredo se concentra em dois personagens, com outros aparecendo atrás das cortinas, do chuveiro ou ouvidos por acaso ao telefone. David(David Schachter) um jovem trabalhador da indústria de impressão é gay e mora em Nova York com seu namorado, Steve, no entanto ele não é um ativista embora se interesse pela causa do HIV. 


Estimulado a fazer algo para ajudar ele se inscreve para ser o “Buddie”  de algum soropositivo hospitalizado. Numa época em que a doença era uma sentença de morte, ele é designado para Robert (Geoff Edholm), um jovem minguando sozinho num hospital, sem dinheiro e com medo. Por meio de uma série de conversas, sobre raiva, política de identidade e ativismo, David aumenta sua consciência.


Robert ajuda David a desestigmatizar sua imagem acerca da doença, que também é o tema de um livro tendencioso que está diagramando. O personagem, de olhar terno, que não se envolvia em causas LGBTQIA+, passa a enxergar a realidade sob uma nova ótica.


Em fotografias e imagens em Super 8, vemos o saudável Robert ao lado de seu grande amor, Edward(Billy Lux). De certa forma, David, que a essa altura está escrevendo um diário sobre sua relação com Robert, se imagina como aquele namorado. Mas além de contar simplesmente uma história, o filme também cumpre seu objetivo de alertar que a AIDS não é uma doença gay, e que o descaso por parte do governo é um ultraje.


É triste saber que tanto o diretor e roteirista Arthur J Bressan Jr quanto o ator Geoff Edholm morreram de HIV não muito tempo depois do filme. Mas também há alegria, não menos importante na cena audaciosamente franca em que David contrabandeia um videocassete caro para que ele e Robert possam assistir a um filme pornô gay juntos. 



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