domingo, 3 de abril de 2022

Apresentando, Nate(Better Nate Than Ever, EUA, 2022)



Apresentando, Nate é a nova comédia musical da Disney, que chega num momento muito oportuno, tanto para atender o público LGBTQIA+, quanto para suavizar as polêmicas envolvendo o estúdio com uma campanha de conteúdo homofóbico. O roteirista e diretor Tim Federle realiza um conto semibiográfico de um azarão perseguindo seu sonho de se tornar uma sensação da Broadway..

Nate (Rueby Wood), de 13 anos, adora musicais. Isso fica claro pelos pôsteres que cobrem as paredes de seu quarto e as referências de Wicked que ele lança em conversas casuais com sua melhor amiga Libby (Aria Brooks).

O protagonista ainda mantém uma lista de desejos que mostra descer uma escada de incêndio como em Amor Sublime Amor(1961) e, embora sua exausta mãe Sherrie (Michelle Federer) tolere que ele use batom, ele é preterido do papel principal num musical rock da escola sobre Abraham Lincoln.  


Na esperança de acabar com sua angústia, Libby sugere que Nate faça um teste para um novo musical baseado em Lilo & Stitch(2002), que será adaptado pela Broadway. Como os pais vão fazer uma viagem de fim de semana e o irmão Anthony(Joshua Bassett) passará a noite em uma competição de atletismo, sob o pretexto de dormir na casa de Libby, os dois correm de Pittsburgh para Nova York.

Embora o título promova um protagonista singular, e suas lutas tenham prioridade narrativa, o filme também transforma Libby em um personagem tridimensional, dando-lhe conflitos bem concebidos e apostas inteligentes e claramente definidas, que a atriz defende com vigor.

Lisa Kudrow aparece como a tia Heidi, que mesmo afastada da irmã, ajuda Nate em sua jornada por Nova York, e como atriz dá dicas sobre audições para que ele possa realizar o teste perfeito para estrelar o espetáculo Lilo & Stitch.


Visualmente, há muitos destaques. As grandiosas sequências de sonhos inspiradas em Garotos e Garotas(1955) ,com Nate e seus recursos fantásticos são polidos e imaculados, Nova York aparece ora como uma cidade cinzenta, mas ora como uma metrópole luminosa repleta de sonhos e possibilidades a serem realizados.


O coração do filme está no lugar certo. A tônica é LGBTQIA+  em termos de representatividade e funciona como uma carta de amor à expressão artística musical, que atenderá todos os públicos. Suas altas doses de otimismo fazem com que os clichês sobre encontrar sua luz e ser fiel a si mesmo diminuam, dando esperança e trazendo uma mensagem sobre autoaceitação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário