quarta-feira, 13 de abril de 2022

Tom of Finland(Finlândia/Suécia/Dinamarca/EUA, 2017)



Tom of Finland pode ser um nome celebrado na comunidade LGBTQIA+ por seus cartoons homoeróticos, que influenciaram artistas como Freddie Mercury, Village People, George Michael a cena leather e muitos na cena gay dos anos 1970, em diante.

O artista cujo nome verdadeiro era Touko Laaksonen(Pekka Strang) hoje é cultuado, mas quando começou a criar sua arte gay sexualmente explícita e fetichista, ser homossexual na Suécia era ilegal e muito perigoso. Embora grande parte do trabalho de Laaksonen fosse hardcore, o diretor Dome Karukoski não procura 'chocar' o público, em vez disso, graciosamente se concentra no homem e em sua vida para celebrar sua bravura e sua arte.


O roteirista Aleksi Bardy retoma a história não com o conflito do armário, mas com a Segunda Guerra Mundial, como pano de fundo. Ocasionalmente, vemos Laaksonnen se envolvendo e se arriscando em relações sexuais furtivas que provavelmente terminarão com uma bota de cano alto bem na sua cara.
A abordagem casta para essas cenas faz contraste com a abordagem da arte de Tom of Finland, mas enquanto isso pode não agradar a todos, serve para enfatizar ainda mais a natureza 'underground' das conexões gays e reforça o erotismo no ato da sugestão.



A relutância em aceitar o estilo de vida gay é sublinhada pela irmã de Laaksonen, Kaija (Jessica Grabowsky), embora os dois sejam incrivelmente próximos, trabalhando juntos e dividindo uma casa, ela primeiro nega a sexualidade dele. A dançarina inquilina Veli (Lauri Tilkanen),  luta para aceitá-lo completamente. O filme ainda encontra tempo para mostrar como as mulheres da época também estavam enfrentando sua própria guerra de igualdade.


Este período é tão bem percebido que a chegada repentina da liberdade sexual na América dos anos 1970 vem como uma explosão de abandono, não apenas para o espectador, pelas mãos do diretor de fotografia Lasse Frank Johannessen, trocando os tons suaves da Finlândia por uma explosão de sol da Califórnia, mas também para Laaksonen.

Quando ele visita os Estados Unidos pela primeira vez, é quase como se sua própria arte, que já causava absoluta sensação, garantindo sua óbvia influência em todos ao seu redor, o ajudasse a finalmente desbloquear uma parte de si mesmo.


Seus desenhos são bem-vindos nos Estados Unidos e o filme segue para traçar - embora um pouco apressadamente - a forma como as liberdades da época deram lugar à tristeza e à perda com a crise da AIDS. Pekka Strang é a escolha perfeita para Laaksonen, mostrando que o filme pode não ser tão provocativo quanto o trabalho de Tom of Finland mas é um retrato cuidadosamente elaborado e minucioso de um ícone da cultura LGBTQIA+.



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