sábado, 16 de abril de 2022

Mapas para as Estrelas(Maps to the Stars, Canadá/EUA, 2014)



O nome de David Cronenberg é quase um sinônimo de horror corporal. Mas Mapa Para as Estrelas é o tipo de horror com um dano humano metafórico. O filme é esculpido no coração de Hollywood, apresentando-nos a um conjunto de estrelas, aspirantes e veteranos, cujas vidas colidirão em um clímax fatídico.

Havana Segrand (Julianne Moore) é uma atriz egocêntrica que não suporta o fato de que sua fama está desaparecendo. Ela procura a ajuda do psicoterapeuta/guru das estrelas Stafford Weiss (John Cusack), um idiota igualmente egocêntrico.

Seu filho, Benjie (Evan Bird) é um viciado em drogas, estrela infantil, mistura de Macaulay Culkin com o jovem Justin Bieber, que tem a vida administrada pela mãe Christina (Olivia Williams). A vida dessas pessoas hipócritas e aparentemente bem-sucedidas será virada de cabeça para baixo com a chegada da misteriosa Agatha (Mia Wasikowska).

A garota de aparência amigável, porém coberta de cicatrizes, aceita um emprego como assistente pessoal de Havana, apenas para se descobrir carregando um segredo obscuro. A pessoa mais normal neste show de horrores é Jerome Fontana (Robert Pattinson), um motorista de limusine esperando por sua descoberta como roteirista.

O roteiro de Bruce Wagner é uma peça de cinismo que, de maneira nada sutil, faz pouco caso da aparência glamorosa da vida luxuosa de Hollywood. Duro e amargo, evocando clássicos como Crepúsculo dos Deuses(1950) ou até mesmo Showgirls(1995).


Mapas para as Estrelas é satírico, levando a auto-obsessão, e a cura no desejo pela fama de Hollywood a lugares absurdos e um final de cair o queixo. E por mais sombrio que isso pareça, vê-los correndo em direção a isso é surpreendentemente divertido e, às vezes, comovente.


Juliane Moore é aclamada pelos riscos que corre no cinema. Aqui ela vai ficar nua, vai fazer sexo com homens e mulheres. Ela vai dizer coisas horríveis como o roteiro exige. Com seu cabelo descolorido cruelmente, natureza petulante e ilusões deliberadas, Havana Segrand é egoísta. Ela é vil. Ela não mede consequências.

Mapas para as Estrelas é desafiador e ousado. Claro que é David Cronenberg, que se diverte em dar ao público algo doentio e faz desta vez com um olhar crítico para as celebridades e sua sede por sucesso, o que contribui para um demente, mas  extremamente espirituoso, mítico, macabro e impiedoso filme. 


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