Please Baby Please é a viagem lisérgica da diretora Amanda Kramer aos anos 1950, em um mundo neon, de uma gangue de motoqueiros de Nova York ,e seu efeito na sexualidade de um jovem casal beatnik. Arthur (Harry Melling) e Suze (Andrea Riseborough) estão voltando para casa uma noite quando testemunham uma gangue de motoqueiros, os 'Young Gents', assassinar outro casal.
A gangue força Arthur e Suze a divulgar seu endereço residencial na tentativa de intimidá-los a manter o silêncio. Ao fazer isso, Arthur e o belo líder da gangue, Teddy, Karl Glusman evocando Marlon Brando, trocam olhares um com o outro. Isso desencadeia um despertar sexual em Arthur e coloca o casal em uma jornada na qual eles consideram, discutem e exploram a masculinidade e suas identidades sexuais e de gênero.
Please Baby Please bebe de Kenneth Anger e faz um aceno para clássicos como Amor Sublime Amor(1961) e O Selvagem(1953) e acrescenta uma sensibilidade queer, kitsh, camp e teatral para criar um tipo de filme refrescantemente diferente.
Este filme tem orgulho de ser o que é, uma comédia/melodrama/musical pervertido e não-binário experimental, ou algo assim. Please Baby Please não apresenta muita narrativa; há um arco na jornada do casal, mas a maior parte é revelada por meio de exposições excêntricas.
O excelente acompanhamento musical varia de exotismo burlesco a jazz suave ou cantigas; a coreografia é simples, mas eficaz, mais dependente dos guarda-roupas dos dançarinos do que dos movimentos que executam. Fiel ao estilo dos anos 1950, tudo é reprimido e há pouco sexo real.
Please Baby Please está ciente de quão ridícula é uma caricatura de masculinidade com todo esse cromo e couro preto; é precisamente por isso que é fascinado por esta iconografia. Esse espetáculo de objetificação é especialmente interessante porque é filmado por várias lentes: uma diretora olhando para os homens através do olhar homossexual masculino.
Harry Melling, da franquia Harry Potter, lida habilmente com seus deveres de interpretar um homossexual enrustido de uma maneira gratificante, mas familiar, porém muitos dos elogios a Please Baby Please vêm de Andrea Riseborough, cuja femme fatale exagerada conquista até mesmo os detratores do filme. Ela gira em um espartilho, uiva para a lua, faz uma representação espontânea de Bert Lahr e age cada vez mais loucamente conforme o longa avança.
A participação especial de Demi Moore, como a vizinha Maureen, foi muito divulgada, mas não é nada assombrosa; o mais significativo é o voto de confiança que ela dá ao emprestar seu nome a esse projeto histérico, que exala um passeio emocionante e exagerado pelos anos 1950.
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