sexta-feira, 14 de junho de 2024

I Saw The TV Glow(EUA, 2024)

Escrito e dirigido por Jane Schoenbrun, "I Saw the TV Glow" explora temas sobre depressão e identidade queer que são apresentados de maneiras abstratas. O longa foi descrito como um filme de terror, mas é realmente um drama psicodélico e psicológico. 

"I Saw the TV Glow", que é contado em ordem cronológica, se passa de 1996 a 2004, em um estado americano sem nome. O filme  começa mostrando clipes de uma rede de TV dos EUA chamada Young Adult Network, um dos programas originais mais populares da rede é uma série de fantasia semanal chamada "The Pink Opaque"(numa provável referência ao Cocteau Twins), onde o longa debocha um pouco da televisão, música e moda dos anos 1990.


No filme, Maddy (Brigette Lundy-Paine) e Owen (Justice Smith) se unem  pela paixão pelo programa e com o tempo, compartilham uma devoção fanática ao significado e às estrelas mais profundas da série, bem como uma amizade crescente.


A vida de Owen em casa é rígida, Embora sua mãe, interpretada por Danielle Deadwyler, seja amorosa e doce, seu padrasto, interpretado por Fred Durst, é raivoso e abusivo. Não vemos o abuso, mas está bem implícito. 




De uma forma muito precisa e sensível, que se tornou rara nos filmes juvenis, Jane Schoenbrun emula os produtos da cultura pop de uma época passada: "Buffy – A Caça-Vampiros", de Joss Whedon, por exemplo, é confiado e continuado de forma multifacetada.

O verdadeiro destaque do filme é o estilo de Schoenbrun. O design de produção e a fotografia tem muitos elementos surpreendentes, especialmente quando vemos The Pink Opaque.  Esses elementos do filme são granulados e propositalmente kitsch, ambientados na tradicional proporção 4:3. Há muitos tons de David Lynch aqui, mas o filme consegue encontrar sua própria voz.


A fotografia, de Eric Yue, é linda e rica, com uma pátina de escuridão. A música e as apresentações são agradáveis e integradas bem à contação de histórias. Em particular, as cenas de show lembram o Bronze de "Buffy", e dão uma sensação de um mundo alternativo e inclusivo.

"I Saw the TV Glow" é um exame sonhador, mas com tons de horror, da experiência queer especificamente trans. Esse é um dos aspectos definidores da narrativa, que a roteirista e diretora Jane Schoenbrun, ela mesmo transgênero, tem destacado em aparições na mídia para que ninguém entenda mal as escolhas feitas. 





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