"I Saw the TV Glow", que é contado em ordem cronológica, se passa de 1996 a 2004, em um estado americano sem nome. O filme começa mostrando clipes de uma rede de TV dos EUA chamada Young Adult Network, um dos programas originais mais populares da rede é uma série de fantasia semanal chamada "The Pink Opaque"(numa provável referência ao Cocteau Twins), onde o longa debocha um pouco da televisão, música e moda dos anos 1990.
No filme, Maddy (Brigette Lundy-Paine) e Owen (Justice Smith) se unem pela paixão pelo programa e com o tempo, compartilham uma devoção fanática ao significado e às estrelas mais profundas da série, bem como uma amizade crescente.
A vida de Owen em casa é rígida, Embora sua mãe, interpretada por Danielle Deadwyler, seja amorosa e doce, seu padrasto, interpretado por Fred Durst, é raivoso e abusivo. Não vemos o abuso, mas está bem implícito.
De uma forma muito precisa e sensível, que se tornou rara nos filmes juvenis, Jane Schoenbrun emula os produtos da cultura pop de uma época passada: "Buffy – A Caça-Vampiros", de Joss Whedon, por exemplo, é confiado e continuado de forma multifacetada.
O verdadeiro destaque do filme é o estilo de Schoenbrun. O design de produção e a fotografia tem muitos elementos surpreendentes, especialmente quando vemos The Pink Opaque. Esses elementos do filme são granulados e propositalmente kitsch, ambientados na tradicional proporção 4:3. Há muitos tons de David Lynch aqui, mas o filme consegue encontrar sua própria voz.
A fotografia, de Eric Yue, é linda e rica, com uma pátina de escuridão. A música e as apresentações são agradáveis e integradas bem à contação de histórias. Em particular, as cenas de show lembram o Bronze de "Buffy", e dão uma sensação de um mundo alternativo e inclusivo.
"I Saw the TV Glow" é um exame sonhador, mas com tons de horror, da experiência queer especificamente trans. Esse é um dos aspectos definidores da narrativa, que a roteirista e diretora Jane Schoenbrun, ela mesmo transgênero, tem destacado em aparições na mídia para que ninguém entenda mal as escolhas feitas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário