Acampamento Sinistro, de Robert Hiltzik, nos leva a um passeio selvagem e transgressor que culmina no plot twist mais chocante e controverso de um filme slasher. O longa acompanha Angela Baker(Felissa Rose), uma adolescente tímida e introvertida. O passado traumático de Angela é revelado através de flashbacks, mostrando que ela perdeu seu pai e irmão gêmeo em um trágico acidente de barco anos antes. Depois de perder sua família, Angela é enviada para viver com sua excêntrica tia e seu primo protetor. Tia Martha(Desiree Gould) faz um discurso estranho sobre como será um verão maravilhoso antes de empurrar os dois jovens adolescentes para o acampamento.
Ao chegarem ao Acampamento Arawak, Angela se torna alvo de ridicularização e bullying de seus colegas, bem como de alguns membros da equipe. Ela se recusa a falar com qualquer pessoa, exceto o primo, Ricky (Jonathan Tiersten). O cozinheiro do acampamento tenta molestar Ângela, apenas para ser severamente queimado por uma panela de água fervente. Embora tenha sido claramente intencional, o proprietário do acampamento, Mel(Mike Kellin), tenta minimizar o incidente. Mas, à medida que o verão avança, uma série de assassinatos horríveis e misteriosos atormentam os campistas e funcionários.
Naturalmente, Mel fica cada vez mais paranoico sobre a reputação de seus negócios e suspeita que Ricky seja o assassino. Enquanto isso, um campista chamado Paul(Christopher Collet) desenvolve um interesse romântico em Angela, e eles compartilham um beijo, o que alimenta ainda mais as fofocas do acampamento. À medida que a contagem de corpos aumenta, a polícia começa a procurar os campistas desaparecidos, apenas para fazer uma descoberta genuinamente chocante.
Neste ponto, você provavelmente está se perguntando como Acampamento Sinistro se qualifica como um filme de terror LGBTQ+, por isso se não assistiu NÃO PROSSIGA. Grande parte disso tem a ver com o final. O plot twist é infame: Angela é revelada como transgênero da maneira mais gráfica e estranhamente assustadora possível.
Mas essa não é a única razão pela qual Acampamento Sinistro se enquadra no subgênero queer..Não podemos deixar de notar os shorts curtos, abdomens trincados em croppeds e traseiros masculinos em um banho de lago noturno. Claro, estamos nos anos 80, e os homens usavam shorts apertados, mas em um gênero que objetifica quase exclusivamente o corpo feminino para o público masculino heterossexual, a objetificação do corpo masculino surpreende.
Todo o filme é uma metáfora para as ansiedades adolescentes e as provações de crescer. É igualmente uma alegoria sobre como a sociedade impõe papéis e estereótipos de gênero em uma medida prejudicial.
O policiamento de gênero leva Angela ao isolamento, deixando-a ainda mais vulnerável a todos aqueles predadores à espreita, finalmente deixando-a com uma opção: assassinato. Acampamento Sinistro não é o auge do esclarecimento sobre os estudos de gênero, também não está tentando fazer com que alguém transgênero seja um assassino, uma aberração ou qualquer coisa nesse sentido. É uma escolha narrativa, e não é a primeira vez no cinema que ela é tomada.
A história é simbólica do processo violento, brutal e implacavelmente confuso pelo qual tantas pessoas passam enquanto lidam com as difíceis idiossincrasias de crescer questionando o gênero simultaneamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário