terça-feira, 10 de outubro de 2023

Lizzie(EUA, 2018)

Chloë Sevigny e Kristen Stewart protagonizam este perturbador thriller histórico sobre um dos crimes mais infames da América. Em 1892, a família Borden contrata Bridget Sullivan (Kristen Stewart) para ser sua nova empregada. Bridget rapidamente faz amizade com Lizzie Borden (Chloë Sevigny) e a intimidade entre elas cresce para criar uma forte tensão entre os membros da família, o que acaba desencadeando um evento inimaginável.

O diretor Craig Macneill apresenta uma revisão do famoso assassinato na casa da família Borden com uma narrativa não linear. Embora haja vários saltos temporais ao longo do filme, é fácil acompanhar a trama, já que a cor é usada para mostrar as diferentes épocas.


O uso da cor e da iluminação, em particular, são esclarecedores. Nos primeiros minutos de filmagem, Lizzie comenta que seu pai gosta de escuridão, que a luz parece ostensiva demais. Por esse motivo, há uma diferença clara nas cenas em que o pai ou o resto da família aparecem, que são muito mais subjugadas, e nas quais apenas Lizzie e sua empregada, Bridget são encontradas.


Lizzie, além disso, está ganhando luz quando a própria protagonista começa a vislumbrar seu destino. Quando toma decisões, por mais horríveis que sejam, começa a perceber que está a um passo da liberdade. Mais perto do fundo do poço.


O filme nos apresenta uma protagonista muito humana  transbordando de emoções reprimidas. As duas atrizes principais do filme são, sem dúvida, Cloë Sevigny e Kristen Stewart. Ambas formam uma dupla química o suficiente para que as cenas de amor não sejam forçadas. Elas levam isso para o próximo nível, fornecendo uma visão surpreendentemente apaixonada de uma história aparentemente contada um milhão de vezes antes, mas, desta vez, sob uma nova luz maravilhosamente assombrosa.


Craig William Macneill mostra com Lizzie um thriller de um prisma feminino emocionante e sensível. Embora a simpatia que a obra sente pela protagonista não seja suficiente para justificar seus crimes, ele mostra um bom retrato da aristocracia do final do século XIX, uma engenhosa história de vingança e uma mulher que aprendeu da maneira mais difícil como criar um lugar para si mesma em um mundo eminentemente masculino.




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