O cineasta romeno Sebastian Mihăilescu faz sua estreia na ficção, com Mammalia. O filme apresenta um exame impassível, absurdo e surrealista da masculinidade, dissecando o gênero de uma maneira ritualística que é ao mesmo tempo estranha e convincente.
Após uma introdução estilizada, Mihăilescu dá uma virada abrupta, um mergulho profundo em uma análise de relacionamento a partir de uma perspectiva de gênero que evolui para um exame fantasmagórico da masculinidade.
Camil(István Téglás), um homem de 39 anos, lida com uma crise pessoal tão potente quanto amarga. A abrupta desintegração de sua vida profissional, status social e relacionamento amoroso o impulsiona a uma jornada peculiar, levando-o a questionar sua identidade, particularmente dentro dos limites dos papéis dogmáticos de gênero.
Tomado pelo desespero, Camil começa a perseguir sua parceira desaparecida, interpretada por Mălina Manovici. Ele a descobre imersa em uma comunidade feminina marginal, que se equilibra no limite de ser um retiro de autoajuda e um culto, onde ela está embarcando em uma jornada auto-exploratória própria.
Abraçando o espírito anarquista e o espetáculo absurdista a obra de Mihăilescu compartilha uma sátira que critica convenções sociais e de gênero impostas por meio de uma série de sequências e ritualísticas.
O filme desmonta fervorosamente a construção social da masculinidade por meio da crise de identidade do protagonista. Mammalia evolui para uma obra fluida, combinando perfeitamente elementos de comédia, drama, conto de fadas, terror folk e suspense. Essa sátira inteligente entrelaça perfeitamente a anarquia, arte e gênero.
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