Em As Outras, Alexandra Hyland consegue representar de forma única uma circunstância complicada que muitas mulheres enfrentam em todo o mundo: estar grávida involuntariamente em um país onde o aborto é ilegal. O filme mostra de forma delicada e realista a experiência de Rafaela e Gabriela de ter que tomar uma decisão difícil e como elas enfrentam as consequências em um sistema hostil e hostil.
O melhor do longa é a química entre as duas protagonistas, suas interações que são apresentadas com uma proposta dinâmica e divertida. E com uma trilha sonora eminentemente feminina, esse mundo de cores, adesivos, roupas customizadas, piercings, festas queer, se transforma no universo onde as personagens se movem.
O filme também é uma ilustração comovente do poder das relações interpessoais inquebráveis para nos sustentar em tempos de adversidade, ressaltando a relevância da resiliência, e os valores da amizade, na vida.
Hyland usa notavelmente sua arte para aumentar a conscientização sobre a importância da igualdade de gênero e a necessidade de eliminar a discriminação em todas as suas formas. O filme, que é declaradamente feminista, toma a decisão consciente de escolher a comédia em vez do melodrama na forma de uma proposta audiovisual e protesto discursivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário