Com essa premissa, o diretor Mauro Carvalho, conhecido por ter codirigido “Primos”, com Thiago Cazado, tenta como seu colaborador em seu último longa A Floresta dos Sussurros, explorar um lado sombrio de Brasília, no caso a hipocrisia do governo.
Mas o que poderia ser uma crítica social bem fundamentada, ou um thriller político, faz isso com superficialidade. Os personagens acabam se tornando caricaturas de um sistema extremamente falho, desleal e ardiloso.
A trama é narrada quando Victor está sendo interrogado por policias sobre uma situação que mais tarde iremos saber. Mas que claro, envolve o Senador e seu caso com Renan, a partir daí temos flashbacks dos acontecimentos que definem o roteiro.
Graças a um segmento de TV, o senador é mostrado como um hipócrita e homofóbico de direita. Isso leva Victor a pedir a sua editora, Teodora (Juliana Zancanro), que o deixe escrever uma denúncia sobre o político corrupto. Teodora concorda quando Victor explica que tem um contato em primeira mão das atividades extraconjugais do senador.
O longa é belamente filmado por Mauro Carvalho, com cenas que ilustram Brasília, mas o elenco deixa a desejar, pelo menos no quesito atuação, já que os corpos à mostra, em cenas quentes, são bem iluminados e coreografados, uma característica da maioria dos filmes da TLA.
O Senador é um filme até bem intencionado, mas Carvalho não consegue construir o thriller que se propõe e no final não tem muito a nos dizer. Uma oportunidade perdida de criticar a nossa política, cutucar nas feridas, mas não varrer a sujeira para baixo do tapete.
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