quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Aimée & Jaguar(Alemanha, 1999)



Baseado na biografia de Lily Wust, o filme, de Max Farberbock, acompanha Felice(Maria Schrader), judia e lésbica, na Berlim de 1943, o que significa que ela anda por aí com uma sentença de morte. Ela corre riscos incríveis. Ela trabalha para um grupo de resistência clandestina e seu trabalho diurno é como assistente do editor de um jornal nazista. Sua estratégia é se esconder bem à vista, sua ousadia é uma arma. 

Lilly (Juliane Kohler) é mãe de quatro filhos. O marido dela está na guerra. A primeira vez que a vemos, ela está em um concerto de Beethoven com um oficial alemão. É tempo de guerra. Uma noite em um clube, Lilly é arrebatada por Felice e seus amigos, ela é muito ingênua no início para saber que são lésbicas, e não descobre que Felice é judia até que ela finalmente conte.

Para Lilly, o amor com Felice é uma revelação e quando Felice a beija, ela reage com horror. Refletindo, ela não fica tão horrorizada, e logo elas são amantes. Há uma cena de sexo no filme, não gráfica em seus detalhes visuais, mas surpreendente em sua intensidade. Quando Lilly e Felice fazem amor, há um tremor, um medo, uma perda de controle que dá cor a todas as cenas que se seguem.

É bastante claro que a Alemanha está perdendo a guerra, que o fim não está longe; a chuva de bombas em Berlim já não é a mesma, e, por meio de suas fontes clandestinas, Felice sabe ainda melhor do que seu editor sobre as derrotas alemãs. O filme sugere que alguns judeus que escaparam da identificação conseguiram sobreviver em uma espécie de terra das sombras.


Para Felice, pode parecer um desafio conquistar a mulher de um homem ariano e pai de quatro filhos, porém o caso de amor acaba se tornando sua tragédia, já que ela decide ficar em Berlim, e por conseguinte ser perseguida pelos nazistas. Ganhadora do Urso de Prata pelo papel, Maria Schrader interpreta Felice com uma espécie de bravura condenada e imprudente.


Aimée & Jaguar, o apelido usado pelas protagonistas, foi rodado quando Lily ainda era viva. Apesar de algumas lacunas no roteiro, esse é o tipo de história de amor tão arriscada e corajosa, que só poderia ser baseada em eventos reais. 


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