segunda-feira, 23 de agosto de 2021

American Horror Stories(EUA, 2021)


American Horror Stories
, o spin off da aclamada série antológica American Horror Story, de Ryan Murphy e Brad Falchuk, apresenta mais do mesmo; histórias macabras, com a diferença de que dessa vez é uma uma por episódio, exceto nos dois primeiros que se complementam.

Estamos de volta à Murder House, a casa assassina da primeira temporada do programa original. Querendo tirar vantagem, o casal homoafetivo Troy(Gavin Creel) e Michael(Matt Bomer)se mudam com a filha adolescente Samantha(Sierra McCormick) para a fatídica residência.  Rubber (Wo)man traz de volta a icônica roupa de látex, que dessa vez é descoberta pela jovem e revela o seu pior lado.

Os pais estão preocupados com a garota pois ela se interessa por pornografia hardcore e na escola está sofrendo bulliyng das colegas incluindo Maya, personagem de Paris Jackson. Esse primeiro episódio acena para Tarantino, tanto na violência gráfica, quanto no uso da trilha, quando escutamos o inesquecível assobio de Elle Driver, de Kill Bill.

Na segunda parte do episódio, Samantha segue explorando a casa, que está cada vez mais sombria, com mortes e aparições, e se apaixona pela fantasma que vive lá, a roqueira Ruby(Kaia Gerber) O romance dá combustível para um capítulo incrível, sexy, visceral e com um visual muito caprichado. No Halloween, os espíritos podem sair da casa e é aí que vislumbramos uma belíssima cena ao som de Heads Will Roll, do Yeah Yeah Yeahs. De virgem à heroína sádica, Samantha tem uma jornada reveladora na Murder House, mas quem lá morre, de lá não poderá mais sair.


Quando chegamos no terceiro episódio, Drive In, já estamos sedentos por sangue e é isso que a série dá. A carnificina continua com Rabbit, Rabbit, um filme amaldiçoado, que será exibido ao ar livre e provocar muitas mortes. Há personagens de sexualidade fluida, heróis, muito sangue, e uma homenagem aos filmes de terror B.

Flertando com Black Mirror, The Naughty List acompanha quatro amigos influencers, que moram na BroHouse fazendo coisas sem noção ao estilo Jackass, para postar no Youtube, mas um dia eles erram feio e sua popularidade cai. Tentando recuperar os seguidores eles, exibem os corpos entre outras tentativas, até irritar um papai-noel de shopping, interpretado por Danny Trejo,

O quinto episódio talvez seja o mais enigmático e atmosférico de todos. Fazendo uma clara homenagem ao clássico O Bebê de Rosemary, BA’AL, apresenta Liv, interpretada por Billie Lourd, de várias temporadas da série de origem. A personagem quer engravidar e para isso faz um ritual com a ajuda de um totem. À medida que a gravidez vai avançando a personagem vai ficando perturbada, porém um plot twist atrás do outro, resultará num final inusitado e estranhamente sedutor.

Quando você acha que Feral, será uma simples história de acampamento, com lago, floresta e o filho do casal desaparecido na selva a série ganha nuances de Roanoke(2016), uma das temporadas esteticamente mais perturbadoras de American Horror Story.  O episódio conta com Cody Fern, outro colaborador constante de Murphy.

Novamente flertando com a tecnologia, chegamos ao fim em Game Over, um jogo que nos levará mais uma vez para a Murder House, e dessa vez alguns de seus moradores originais estão de volta, como o terapeuta Dr. Ben(Dylan McDermott). O fim se entrelaça com o começo e nessa história onde uma mãe e um filho enfrentam dramas para desenvolver o jogo, mortes não faltarão,  enquanto Ruby e Samantha podem ter o seu tão esperado e morbidamente romântico desfecho.

A mesma música tema de American Horror Story embala a abertura de cada episódio que varia de acordo com sua temática. A antologia parece não ter a mesma força de sua série original por não se aprofundar tanto nos enredos, mas a marca de Ryan Murphy está aqui e traz deliciosas e assustadoras pílulas de terror, que dão fôlego para uma já renovada segunda temporada.

Um comentário:

  1. Terror não é meu gênero preferido mas discorrer sobre ele foi interessante

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