Em Versos de um Crime, do estreante John Krokidas, Daniel Radcliffe, interpreta Allen Ginsberg, aos 19 anos, quando o poeta ainda estava se firmando na Universidade de Columbia e apenas estabelecendo amizade com os escritores que se tornariam conhecidos como a Geração Beat.
Em casa Ginsberg enfrenta problemas com a mãe doente (Jennifer Jason Leigh), que entrava e saía de sanatórios durante a juventude do poeta. A pessoa com quem ele se identifica é o colega Lucien Carr (Dane DeHaan), um aspirante a escritor que rapidamente se torna a paixão de Ginsberg e guia turístico para o mundo literário e sexualmente transgressivo de Manhattan, dos anos 1940 , onde o filme é ambientado.
“Eu amo coisas complicadas”, Carr diz em resposta, com um ronronar entre a sedução e uma ameaça. O filme gira em torno de um assassinato que vislumbramos na abertura do longa, a facada fatal de Carr, em 1944, em David Kammerer (Michael C. Hall), um admirador mais velho que o conhecia desde a infância. Embora Carr nunca tenha negado o ato - na verdade, ele se entregou - não está totalmente claro se o assassinato foi um ato de autodefesa como ele declarou ou um crime passional.
O filme mostra os dois jovens trocando um único e breve beijo, mas também mostra Carr plagiando - solicitando e aceitando os escritos de Kammerer e Ginsberg como seu próprio trabalho de curso. Conforme retratado pelo diretor, Carr é um mestre narcisista da manipulação psicológica e emocional, permitindo que Ginsberg, e talvez Kammerer, se apaixonassem por ele.
Em um grau muito maior, é a história da maioridade de Ginsberg, tanto como homossexual quanto como escritor. Krokidas,e o roteirista Austin Bunn, fazem um ótimo trabalho em retratar um mundo onde a literatura é sexy e perigosa.
Muitas vezes, filmes sobre artistas não conseguem capturar o processo criativo. Aqui, Radcliffe não só é um herói romântico, mas também literário confiável. Ele é sensível e cada vez mais destemido em ambas as frentes. À medida que a história se desenrola, Ginsberg cresce diante de nossos olhos, tanto como homem quanto como letrista, com Radcliffe retratando maravilhosamente o senso de descoberta sexual e artística do homem ingênuo enquanto é puxado cada vez mais para um mundo desconhecido, assustador e sedutor.
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