terça-feira, 27 de julho de 2021

Diamantino(Portugal/França/Brasil, 2018)



Cães fofos, são manifestações na mente de Diamantino (Carloto Cotta), o artilheiro da seleção portuguesa, que lhe permitem filtrar todas as distrações e acertar os chutes que o tornaram um ídolo ao nível do futebolista português Cristiano Ronaldo. Infelizmente, um dia, o poder dos cachorros fofinhos falha e Diamantino perde um pênalti, o que impede seu time de avançar para a final da Copa do Mundo e ele se torna um pária em seu país e motivo de chacota em todo o mundo. 


Na tentativa de fazer o bem e homenagear seu pai recentemente falecido, Diamantino decide acolher uma refugiada para viver em sua mansão palaciana, para consternação de suas irmãs gêmeas cruéis e abusivas (Anabella e Margarida Moreira). A “refugiada” é Aisha (Cleo Tavares), uma agente lésbica do Serviço Secreto que trabalha disfarçada como uma adolescente de Moçambique para investigar suspeitas de que Diamantino está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro. Isso, sem surpresa, é obra de suas irmãs e, se isso não bastasse, as duas envolveram seu irmão em uma conspiração de nacionalistas portugueses para deixar a UE.


Tal esquema inclui uma elaborada campanha publicitária focada em Diamantino como o epítome da masculinidade portuguesa, bem como maquinações de um cientista louco determinado a colher a fonte de sua grandeza que acaba por questionar certos aspectos de sua virilidade.

Diamantino é tão estranho quanto pode ser. Há um quê de Michel Gondry. O material envolvendo a natureza mutante da relação entre Diamantino e Aisha, é bizarro e encantador.  A dupla de diretores, Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt visam claramente, um filme lúdico que desafia os padrões narrativos enquanto faz uma deliciosa sátira à ícones da cultura POP.

Como uma colisão cômica entre os mundos não totalmente diferentes da cultura política e popular e o caos que pode resultar quando os dois se entrelaçam, o filme tem uma energia excêntrica agradável que é ainda mais impulsionada por um estilo visual estranho que parece um algodão doce.


Mas o melhor de tudo é que tem uma atuação de Carloto Cotta como Diamantino perfeitamente calibrada para que ele apareça menos como um idiota, e mais como um garoto ingênuo capaz a se submeter à bizarras experiências genéticas.




Um comentário:

  1. Tudo que leio aqui inevitavelmente vai pra uma lista pra serem vistos que está se tornando infinita 😲

    ResponderExcluir